FMI

Lobo em pele de cordeiro

Quem respondeu exemplarmente às críticas do documento do FMI (leiam nota) foi o economista Paulo Nogueira Batista Jr. Ele representa o Brasil e 8 países da América Latina e do Caribe no próprio Fundo. Ele considerou o estudo "tecnicamente fraco", com "problemas de análise" e ainda o classificou como "enviesado e deficiente" por "restringir escolhas de políticas".

Para Nogueira Batista. trata-se de "uma tentativa de preparar o terreno para mais interferência do Fundo nas políticas dos emergentes" - ou seja, nas nossas. De acordo com o economista, o FMI está seguindo uma sugestão francesa e combatendo (sobretudo, limitando) as medidas de controle de capitais que os governos, como o brasileiro, estão tomando para enfrentar a guerra cambial.

"O documento avalia 6 ou 7 casos, é uma amostra muito restrita", conclui o economista. E sugere: "seria interessante se o FMI examinasse os problemas criados pelos capitais e as experiências de diferentes países na administração desses fluxos grandes e voláteis. Não é hora de pensar em fazer recomendações. A instituição não está preparada nem tem mandato legal para isso".

O economista brasileiro em Washington lembrou, ainda, haver "países que adotam políticas monetárias ultraexpansivas para sair da crise, provocam uma expansão de liquidez em escala global e, no FMI, dizem às (demais) nações que tentam se defender dessa tsunami monetária internacional, que é preciso criar um código de conduta para suas defesas. Não se fala do problema na origem".

Como vocês podem ver, uma excelente crítica a do Nogueira Batista. Que revela: sob a aparente capa de pele de cordeiro do FMI, com aplauso ao controle, pode esconder-se um lobo.

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