Os EUA está semi-nu

A Standard & Poor's desnudou um pouco os egocêntricos e farsantes yanques que posam de ricos e poderosos. Mas, que no fundo eles e demais comparsas do mercado financeiro sabem faz tempo que os EUA está quebrado. E a máquina de guerra?...

De que adianta se não tiver dinheiro para abastece-la.

Os States tem tudo a ver com esta historinha:


de Hans Christian Andersen




"Era uma vez um rei, tão exageradamente amigo de roupas novas, que nelas gastava
todo o seu dinheiro. Ele não se preocupava com seus soldados, com o teatro ou com os
passeios pela floresta, a não ser para exibir roupas novas. Para cada hora do dia, tinha
uma roupa diferente. Em vez de o povo dizer, como de costume, com relação a outro
rei: "Ele está em seu gabinete de trabalho", dizia "Ele está no seu quarto de vestir".

A vida era muito divertida na cidade onde ele vivia. Um dia, chegaram hóspedes
estrangeiros ao palácio. Entre eles havia dois trapaceiros. Apresentaram-se como
tecelões e gabavam-se de fabricar os mais lindos tecidos do mundo. Não só os padrões
e as cores eram fora do comum, como, também as fazendas tinham a especialidade de
parecer invisíveis às pessoas destituídas de inteligência, ou àquelas que não estavam
aptas para os cargos que ocupavam.

"Essas fazendas devem ser esplêndidas, pensou o rei. Usando-as poderei descobrir quais
os homens, no meu reino, que não estão em condições de ocupar seus postos, e poderei
substituí-los pelos mais capazes... Ordenarei, então, que fabriquem certa quantidade deste
tecido para mim."

Pagou aos dois tecelões uma grande quantia, adiantadamente, para que logo começassem
a trabalhar. Eles trouxeram dois teares nos quais fingiram tecer, mas nada havia em suas
lançadeiras. Exigiram que lhes fosse dada uma porção da mais cara linha de seda e ouro,
que puseram imediatamente em suas bolsas, enquanto fingiam trabalhar nos teares vazios.

- Eu gostaria de saber como vai indo o trabalho dos tecelões, pensou o rei. Entretanto,
sentiu-se  um pouco embaraçado ao pensar que quem fosse estúpido, ou não tivesse
capacidade para ocupar seu posto, não seria capaz de ver o tecido. Ele não tinha
propriamente dúvidas a seu respeito, mas  achou melhor mandar alguém primeiro, para
ver o andamento do trabalho.

Todos na cidade conheciam o maravilhoso poder do tecido e cada qual estava mais
ansioso para saber quão estúpido era o seu vizinho.

- Mandarei meu velho ministro observar o trabalho dos tecelões. Ele, melhor do que
ninguém, poderá ver o tecido, pois é um homem inteligente e que desempenha suas
funções com o máximo da perfeição, resolveu o rei.

Assim sendo, mandou o velho ministro ao quarto onde os dois embusteiros simulavam
trabalhar nos teares vazios.
- "Deus nos acuda!!!" pensou o velho ministro, abrindo bem os olhos. "Não consigo
ver nada!" Não obstante, teve o cuidado de não declarar isso em voz alta. Os tecelões
o convidaram para aproximar-se a fim de verificar se o tecido estava ficando bonito e
apontavam para os teares. O pobre homem fixou a vista o mais que pode, mas não
conseguiu ver coisa alguma.
- "Céus!, pensou ele. Será possível que eu seja um tolo? Se é assim, ninguém deverá
sabê-lo e não direi a quem quer que seja que não vi o tecido."

- O senhor nada disse sobre a fazenda, queixou-se um dos tecelões.
- Oh, é muito bonita. É encantadora!! Respondeu o ministro, olhando através de seus
óculos. O padrão é lindo e as cores estão muito bem combinadas. Direi ao rei que me
agradou muito. - Estamos encantados com a sua opinião, responderam os dois ao
mesmo tempo e descreveram as cores e o padrão especial da fazenda. O velho ministro
prestou muita atenção a tudo o que diziam, para poder reproduzi-lo diante do rei.

Os embusteiros pediram mais dinheiro, mais seda e ouro para prosseguir o trabalho.
Puseram tudo em suas bolsas. Nem um fiapo foi posto nos teares, e continuaram fingindo
que teciam. Algum tempo depois, o rei enviou outro fiel oficial para olhar o andamento do
trabalho e saber se ficaria pronto em breve. A mesma coisa lhe aconteceu: olhou, tornou
a olhar, mas só via os teares vazios.
- Não é lindo o tecido? Indagaram os tecelões, e deram-lhe as mais variadas explicações
sobre o padrão e as cores.
"Eu penso que não sou um tolo, refletiu o homem. Se assim fosse, eu não estaria à altura
do cargo que ocupo. Que coisa estranha!!"... Pôs-se então a elogiar as cores e o desenho
do tecido e, depois, disse ao rei: "É uma verdadeira maravilha!!"

Todos na cidade não falavam noutra coisa senão nessa esplendida fazenda, de modo que
o rei, muito curioso, resolveu vê-la, enquanto ainda estava nos teares. Acompanhado por
um grupo de cortesões, entre os quais se achavam os dois que já tinham ido ver o
imaginário tecido, foi ele visitar os dois astuciosos impostores. Eles estavam trabalhando
mais do que nunca, nos teares vazios.

- É magnífico! Disseram os dois altos funcionários do rei. Veja Majestade, que delicadeza
de desenho! Que combinação de cores! Apontavam para os teares vazios com receio de
que os outros não estivessem vendo o tecido. O rei, que nada via, horrorizado pensou:
"Serei eu um tolo e não estarei em condições de ser rei? Nada pior do que isso poderia
acontecer-me!" Então, bem alto, declarou:
- Que beleza! Realmente merece minha aprovação!! Por nada neste mundo ele confessaria
que não tinha visto coisa nenhuma. Todos aqueles que o acompanhavam também não
conseguiram ver a fazenda, mas exclamaram a uma só voz:
- Deslumbrante!! Magnífico!!

Aconselharam eles ao rei que usasse a nova roupa, feita daquele tecido, por ocasião de um
desfile, que se ia realizar daí a alguns dias. O rei concedeu a cada um dos tecelões uma
condecoração de cavaleiro, para seu usada na lapela, com o título "cavaleiro tecelão". Na noite
que precedeu o desfile, os embusteiros fiizeram serão. Queimaram dezesseis velas para que
todos vissem o quanto estavam trabalhando, para aprontar a roupa. Fingiram tirar o tecido dos
teares, cortaram a roupa no ar, com um par de tesouras enormes e coseram-na com agulhas
sem linha. Afinal, disseram:

- Agora, a roupa do rei está pronta.

Sua Majestade, acompanhado dos cortesões, veio vestir a nova roupa. Os tecelões fingiam
segurar alguma coisa e diziam: "aqui está a calça, aqui está o casaco, e aqui o manto. Estão
leves como uma teia de aranha. Pode parecer a alguém que não há nada cobrindo a pessoa,
mas aí é que está a beleza da fazenda".

- Sim! Concordaram todos, embora nada estivessem vendo.
- Poderia Vossa Majestade tirar a roupa? propuseram os embusteiros. Assim poderiamos
vestir-lhe a nova, aqui, em frente ao espelho. O rei fez-lhes a vontade e eles fingiram vestir-lhe
peça por peça. Sua majestade virava-se para lá e para cá, olhando-se no espelho e vendo
sempre a mesma imagem, de seu corpo nu.
- Como lhe assentou bem o novo traje! Que lindas cores! Que bonito desenho! Diziam todos
com medo de perderem seus postos se admitissem que não viam nada. O mestre de cerimônias
anunciou:
- A carruagem está esperando à porta, para conduzir Sua Majestade, durante o desfile.
- Estou quase pronto, respondeu ele.

Mais uma vez, virou-se em frente ao espelho, numa atitude de quem está mesmo apreciando
alguma coisa. Os camareiros que iam segurar a cauda, inclinaram-se, como se fossem
levantá-la do chão e foram caminhando, com as mãos no ar, sem dar a perceber que não
estavam vendo roupa alguma. O rei caminhou à frente da carruagem, durante o desfile.
O povo, nas calçadas e nas  janelas, não querendo passar por tolo, exclamava:

- Que linda é a nova roupa do rei! Que belo manto! Que perfeição de tecido!
Nenhuma roupa do rei obtivera antes tamanho sucesso!

Porém, uma criança que estava entre a multidão, em sua imensa inocência, achou aquilo tudo
 muito estranho e gritou:
- Coitado!!! Ele está completamente nu!! O rei está nu!!
O povo, então, enchendo-se de coragem, começou a gritar:
- Ele está nu! Ele está nu!

O rei, ao ouvir esses comentários, ficou furioso por estar representando um papel tão
ridículo! O desfile, entretanto, devia prosseguir, de modo que se manteve imperturbável e os
camareiros continuaram a segurar-lhe a cauda invisível. Depois que tudo terminou, ele voltou
ao palácio, de onde envergonhado, nunca mais pretendia sair. Somente depois de muito
tempo, com o carinho e afeto demonstrado por seus cortesões e por todo o povo, também
envergonhados por se deixarem enganar pelos falsos tecelões, e que clamavam pela volta do
rei, é que ele resolveu se  mostrar em breve aparições...  Mas nunca mais se deixou levar pela
vaidade e perdeu para sempre a mania de trocar de roupas a todo momento.

Quanto aos dois supostos tecelões, desapareceram misteriosamente, levando o dinheiro e os
fios de seda e ouro. 

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