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Jornal GGN - O Metrô, a Sabesp e refinarias da Petrobras em São Paulo começaram, efetivamente, a serem investigadas pelo Ministério Público de São Paulo, a fim de descobrir possíveis pagamentos de propina de Alberto Youssef a agentes públicos do Estado.
Desmembramento da Operação Lava Jato, os promotores usam como ponto de partida a planilha de Alberto Youssef, um documento apreendido em março do último ano pela Polícia Federal, mas que teve maior atraso de "vazamento" pela imprensa, em comparação às delações e etapas da investigação que denunciavam exclusivamente a Petrobras.
Publicada pela Carta Capital no início de dezembro, a planilha encontrada em um imóvel de Youssef elenca 747 projetos vinculados a clientes diretos de construtoras. A conclusão foi que a atuação do doleiro extrapolava os limites da Petrobras, atingindo outras empresas estatais, órgãos públicos estaduais, prefeituras e empresas privadas, um esquema que, segundo a PF, "abrange uma estrutura criminosa que assola o País de Norte a Sul”.
Entre os clientes diretos do repasse de recursos, a lista inclui a Sabesp e o Metrô de São Paulo, além das obras no trecho Sul do Rodoanel, a Copasa de Minas Gerais e outras estatais de saneamento em Alagoas, Ceará, Maranhão, Rio de Janeiro, Goiás e Diadema. O empreendimento do governo de Pernambuco, Porto de Suape, e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, no Nordeste, ligado ao Ministério da Integração Nacional, também são citados. A Vale, a Fiat e empresas de Eike Batista são algumas das empresas privadas na lista.
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A Promotoria de São Paulo precisou dividir as investigações em três eixos. Uma delas, dedicada ao Metrô paulista, mais especificamente, às obras da Vila Prudente. Ainda que não explicitado o objeto de investigação, a estação da Linha 2-Verde já foi alvo de denúncias de irregularidades, em 2010, nas licitações para a ampliação da linha, com a construção do monotrilho que ligaria a Vila Prudente até Cidade Tiradentes, na zona leste.
Na época, o consórcio vencedor foi Queiroz Galvão, OAS e Bombardier, que apresentou um preço 43% superior ao teto estipulado pelo Metrô. As empresas pediram R$ 2,99 bilhões pela obra, e a solicitação do Metrô era de até R$ 2,09 bilhões. Apenas até 2013, o contrato obteve três aditamentos no valor adicional de cerca de R$ 220 milhões. Na planilha de Youssef, foi indicada uma quantia de R$ 7,9 milhões ao nome "obra Vila Prudente".
A denúncia de 2010 partiu do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, que chegou a mobilizar as comunidades do entorno, em ato público, antes mesmo da estação Vila Prudente ser construída, na avenida Anhaia Melo. Até hoje, a linha prata não foi entregue.
A mobilização dos metroviários ocorreu após a divulgação naquele ano da reportagem "Consórcio quer fazer monotrilho por 43% a mais do que previsto", do jornal Folha de S. Paulo, que cinco anos depois restringe-se a indicar: "outra frente será relativa ao Metrô paulista. A planilha indica a estatal de trens de São Paulo, um negócio ligado à 'Obra Vila Prudente', e a quantia de R$ 7,9 milhões", apenas.
Outra companhia do Estado de São Paulo que ocupará uma etapa independente do Ministério Público é a Sabesp. No documento de Youssef, a companhia foi mencionada três vezes. Uma delas refere-se à implantação da estação de tratamento de Água Jurubatuba, no Guarujá; a outra sobre a obra da adutora Guarau-Jaguará, na Grande São Paulo, e a terceira à tubulação da Sabesp em Franca.
As três obras foram relacionadas a um valor total de R$ 28,8 milhões, que os promotores afirmam que pode ser de propina.
E a terceira frente de investigação são projetos de refinarias no Estado, cerca de 90, entre eles a Replan (de Paulínia), a Recap (Capuava, na Grande São Paulo) e a Revap (Henrique Lage, em São José dos Campos).
As demais empresas apontadas na lista do doleiro devem ser abertas pelas promotorias dos respectivos estados.
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