Mercados aliviados

As medidas para impedir o agravamento da crise financeira estão surtindo efeito. O dinheiro começou a fluir entre as instituições financeiras globais e o alívio foi saudado pelos mercados acionários com altas que já duram vários dias consecutivos. A queda das ações é menos freqüente, menos brusca e menos acentuada do que em outubro, quando as cotações foram ao fundo do poço. 

A bolsa brasileira, uma das mais castigadas pela fuga dos investidores externos, recobrou parte do vigor. Desde 28 de outubro, em seis pregões, ela recuperou 10,819 pontos, com valorização de 36,76%, Ontem, subiu 5,64%, Sob sucessivas intervenções do Banco Central, o dólar recuou 2,56% ontem, para R$ 2,1120, já 11,26% abaixo da cotação máxima a que chegou em 22 de outubro (R$ 2,38). A magnitude das oscilações diárias diminuiu bastante. 

Depois de um dos piores meses de toda a história dos mercados acionários, os principais índices de ações dos países desenvolvidos, como o S&P 500, Nikkei 225 e FTSEurofirst 300, subiram mais de 20% nos últimos dias. O EMBI, que mede o grau de risco dos países emergentes pelo spread dos títulos em relação aos do Tesouro americano, declinou cerca de 280 pontos desde o pico, em 24 de outubro. 

Após movimento persistente de alta que desequilibrou moedas no mundo inteiro, especialmente em países emergentes, o dólar ontem caiu no mundo todo. Em meio ao que o mercado batizou de “rali Obama”, a moeda americana levou o maior tombo em relação ao euro desde que a moeda européia foi criada, em 1999. Isso deu um forte empurrão nas commodities, puxadas pelo petróleo, que subiu mais de 10% e chegou a R$ 70 o barril. 

A desconfiança generalizada entre os bancos cede lugar a uma progressiva volta dos empréstimos. A Libor para financiamentos em dólar por três meses caiu pelo 17º dia consecutivo e se situou em 2,71% - retomando ao nível anterior à quebra do Lehman Brothers, em 15 de setembro, que trouxe pânico e caos aos mercados. No auge da crise, atingiu 4,8%. 

Apesar do otimismo, há uma nova onda de más notícias. Se a crise financeira foi suavizada, por outro lado a retração das principais economias do mundo apenas começou e fará mais estragos nos mercados globais. 

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