DEM de Kassab socorre o PT de Marinho

Se foi considerada endrúxula a aliança informal PT-PSDB para eleger o novo prefeito de Belo Horizonte, o que se dirá dessa agora recém-firmada entre o PT do prefeito de São Bernardo Luiz Marinho e o DEM do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab?
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A aliança mineira serviu ao propósito do governador Aécio Neves, aspirante à indicação do seu partido para disputar a eleição presidencial de 2010. Aécio quis demonstrar que é capaz de unir até ferrenhos adversários. Ele se oferece como uma opção pós-Lula, não anti-Lula.
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O objetivo de Kassab é mais modesto. Ao orientar os dois vereadores do DEM em São Bernardo para que apóiem a administração de Marinho, ele reforça sua posição dentro da Câmara Municipal de São Paulo. Ali ele dispõe de maioria. Mas não custa esfriar o ímpeto oposicionista da bancada do PT.
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Marinho iria governar com o apoio de 9 dos 21 vereadores. Agora conta com o apoio de 11, o que já lhe permitiu eleger ontem o presidente da Câmara Municipal. O gesto de Kassab serve também para reforçar seu perfil de político pragmático e capaz de se entender civilizadamente com eventuais adversários.
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Foi o que ele fez durante seu primeiro mandato. Estreitou relações com vereadores e deputados estaduais do PT. Atendeu a muitos dos pedidos que eles lhe fizeram. A oposição que o PT lhe moveu foi mais para dar uma satisfação ao público externo.
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De resto, Kassab exerce dentro do DEM a liderança conquistada com sua reeleição. O DEM saiu das eleições municipais do ano passado menor do que era. Kassab é sua única estrela em ascensão. O comando do partido nada fará daqui por diante sem ouvi-lo antes.
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Nenhum dos novos prefeitos desfruta de condição semelhante a de Kassab. A força dele deriva em grande parte da fraqueza do seu partido e do fato de que governa a maior cidade do país em perfeita sintonia com o mais o provável candidato da oposição à sucessão de Lula - o governador José Serra.
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Sem o apoio da oposição o queridinho de Lula não governa.