Vendas de usados volta a engrenar

Passada a ressaca das festas de fim de ano, mês em que se registrou grande retração na venda de veículos novos e usados, o segmento de seminovos voltou a ´engrenar´ neste início de mês de fevereiro, apesar do Carnaval. Em janeiro, foram comercializados cerca de 12 veículos usados em Fortaleza, número 14% acima dos 10,5 mil comercializados em dezembro, mas, ainda assim, 20% abaixo dos 15 mil carros vendidos em janeiro de 2008.

Segundo o comerciante e presidente do Sindicato das Revendedoras de Veículos (Sindivel), Everton Fernandes, a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos carros novos — o que de imediato retraiu as vendas dos usados, terminou por esquentar esse mercado. ´O IPI menor estimulou as vendas de novos, mas moveu as engrenagens do mercado, reestimulando a venda de veículos usados´, disse.

Ele observa no entanto, que o incremento recomeçou com os carros mais populares, com valores de até R$ 20 mil, com mais de quatro anos de fabricação, enquanto os seminovos de luxo têm giro menor. ´Quem compra carro de luxo, prefere um novo e dificilmente compra um seminovo´, esclarece .

O comerciante Erik Lima de Souza, proprietário da revenda Beto Veículos confirma a procura e a liquidez maiores dos carros populares, como Fiat Uno, Pálio e Gol, com faixa de preços entre R$ 15 mil e R$ 20 mil. Apesar do Carnaval, o proprietário da MCK veículos, Pedro Lima, avalia que as vendas poderiam estar melhores se não fosse o excesso de taxas que o consumidor precisa pagar no ato da compra.

´Além da TAC (taxa de abertura de crédito), que é inconstitucional, as financeiras estão cobrando agora, taxa de administração da TAC, o que encarece ainda mais os financiamentos, e exigindo a atuação de despachantes próprios para fechar o negócio´, criticou Lima. Ele lembra ainda, da taxa do Cecaf (Central Estadual de Contratos de Alienação Fiduciária), que é cobrada percentualmente sobre o valor do bem financiado, pesando sobre o bolso dos clientes. ´Em um financiamento de R$ 10 mil, o cliente termina pagando quase mil reais a mais, somente de taxas´, reclama o revendedor.

Pacote

Questionados sobre a nova linha de crédito de R$ 200 milhões para capital de giro para as revendas, anunciada na última quinta-feira pelo Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, os revendedores foram unânimes em afirmar que o ´benefício´ não atrai.

´A taxa de juros, de 17,45%, ao ano, é muito alta. É maior do que as que dispomos no Banco do Nordeste e que alguns têm em bancos comerciais´, reagiu o presidente do Sindivel. ´As revendas não vão fazer uso desses recursos neste período. É um risco grande´, acrescenta Pedro Lima.

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