Riscos 2010

O presidente conseguiu consolidar a sua popularidade, que chega aos 80% e já demonstrou que tem capacidade de transferir prestígio e votos para a sua candidata.

Quando Lula pensou em lançá-la, Dilma estava rolando lá embaixo, em 2% ou 3%.

Ficou bom tempo em um dígito, até alcançar os 10% e 13%, estando hoje entre 17% e 20%.

A convicção geral, não só de Lula, mas dos adversários, é que a atual chefe da Casa Civil tem fôlego para chegar a mais de 20% até o final do ano.

A partir de um patamar tão confortável, Dilma vê aumentar as suas chances de vitória eleitoral.

A alternativa para Serra seria manter a candidatura presidencial e pensar em adotar uma postura de combate radical a Lula e a seu governo. Chamá-lo de irresponsável, por ter elevado os gastos correntes para mais de 25% do PIB, criando agora seu 37º Ministério e mais centenas de cargos de confiança.

Porém, a opção por esse discurso de combate a Lula e ao seu governo aumentaria as chances de insucesso de José Serra. Caracterizado como defensor da maioria pobre, Lula tem a seu lado o apoio de uma parcela expressiva da população brasileira, que também vota.

Pode ser que sobrevenham desmentidos de José Serra e dos amigos a essa notícia, mas é uma hipótese que está sendo discutida no seu círculo íntimo. E é um caminho que está fundamentado sobre motivos de natureza bastante racional.

O fato é que, até o momento, pelo menos, José Serra não demonstrou estar animado com a candidatura presidencial, embora continue liderando as pesquisas como candidato. Pelo contrário, até agora, hesita em se lançar candidato, alegando que sua prioridade é cuidar da administração estadual em São Paulo.
Tarcísio Holanda

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