Lula tenta convencer Ciro a disputar o governo paulista


 Em conversas reservadas, o presidente Lula dá como certo o fim da candidatura presidencial do deputado e ex-ministro Ciro Gomes (PSB-CE). Por isso, vai aproveitar a viagem que fará hoje, a Recife, para explicitar ao governador Eduardo Campos (PE), presidente do PSB, a necessidade de fechar já uma estratégia conjunta da base governista.
Lula deve dizer a Campos que não se pode repetir o erro da presidente chilena Michele Bachelet, que não elegeu o sucessor, após a divisão da sua base. 
O presidente quer garantir palanques fortes para sua pré-candidata, Dilma Rousseff.
O tempo de Ciro está passando
No núcleo do governo, a candidatura de Ciro é tratada como assunto sepultado. 
A avaliação é que, como ele não consolidou seu nome em outros partidos da base, o tempo de sua candidatura passou.
Lula ainda recebeu a sinalização de dirigentes do próprio PSB de que não estão mais dispostos a fazer um sacrifício partidário para manter o nome de Ciro na disputa presidencial.
Em troca, os socialistas querem viabilizar alianças regionais para eleger uma bancada de cerca de 50 deputados (o dobro da atual), além de apoio incondicional para candidatos do PSB a governos estaduais.
- O tempo de Ciro está passando - resumiu o líder do PT, deputado Cândido Vaccarezza (SP).
A preocupação é achar uma saída honrosa para Ciro, que volta nesta terça-feira de viagem de férias a Portugal. Até porque - apesar do que tem dito Lula publicamente - o PT considera viável a candidatura de Ciro ao governo de São Paulo. Ciro não gosta dessa opção, insinua a oposição.
Lula só estaria insistindo no discurso de tê-lo como opção em São Paulo para evitar uma reação inesperada do ex-ministro. Os petistas estariam convencendo Lula de que o PT não pode ficar sem candidato próprio ao Palácio dos Bandeirantes.
- O prazo do PSB acertado com o presidente Lula para uma definição acaba só em março. Mas é verdade que o ano eleitoral começou de forma antecipada, e já existe pressão por uma solução imediata - admitiu o líder do PSB, deputado Rodrigo Rollemberg (SP).

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