Discurso da Dilma no congresso do PT


Queridas companheiras,
Queridos companheiros
Para quem teve a vida sempre marcada pelo sonho e pela esperança de mudar o Brasil, este é um dia extraordinário.
Meu partido – o Partido dos Trabalhadores – me confere a honrosa tarefa de dar continuidade à magnífica obra de um grande brasileiro.
A obra de um líder – meu líder – de quem muito me orgulho: Luiz Inácio Lula da Silva.
Jamais pensei que a vida viesse a me reservar tamanho desafio. Mas me sinto absolutamente preparada para enfrentá-lo – com humildade, serenidade e confiança.
Neste momento, ouço a voz de Minas Gerais, terra de minha infância e de minha juventude. Dessa Minas que me deu o sentimento de que vale a pena lutar pela liberdade e contra a injustiça. Ouço os versos de Drummond:
“Teus ombros suportam o mundo/ E ele não pesa mais do que a mão de uma criança”
Até hoje sinto o peso suave da mão de minha filha, quando nasceu.
Que força ela me deu. Quanta vida me transmitiu. Quanta fé na humanidade me passou.
Eram tempos difíceis.
Ferida no corpo e na alma, fui acolhida e adotada pelos gaúchos – generosos, solidários, insubmissos, como são os gaúchos.
Naqueles anos de chumbo, onde a tirania parecia eterna, encontrei nos versos de outro poeta – Mário Quintana – a força necessária para seguir em frente:
“Todos estes que aí estão/Atravancando o meu caminho,/ Eles passarão. Eu passarinho.”
Eles passaram e nós hoje voamos livremente.
Voamos porque nascemos para ser livres.
Sem ódio e com serena convicção afirmo que nunca mais viveremos numa gaiola ou numa prisão.

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