O camponês e o burro


Nos tempos de antanho era proibido caçar nas terras do rei. Um camponês, cuja família passava fome, aventurou-se a abater um coelho e foi pego em flagrante. Condenado à morte,  marchava para o cadafalso quando viu um burro. Lamentou,  com toda a força dos pulmões,   que iria morrer justamente quando estava ensinando o bicho a falar. 

O rei interrompeu a execução, quis saber que milagre  era aquele, e o  camponês discorreu  sobre suas qualidades de professor  de animais. A sentença foi sustada, tendo ele prometido que dentro de dez anos levaria o burro à corte, para mostrar como saberia  falar.

De novo em casa, a mulher perguntou se o marido  estava doido, porque jamais os burros poderiam  falar. Resposta: “em dez anos o burro pode morrer, o rei poderá estar morto,  e eu também”. 

Essa história se conta a propósito das inusitadas investidas do ex-presidente Fernando Henrique no processo sucessório. 

Até o dia 4 de outubro, Serra poderá ter deixado de ser candidato, o Lula se desinteressado das eleições ou o sociólogo eleito secretário-geral das Nações Unidas...

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