Brasil Econômico
“O céu do emprego no Brasil é azul.” A frase é do pesquisador Hélio Zylberstajn, da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe) da Universidade de São Paulo, que desde 1976 estuda o mercado de trabalho brasileiro. Para ele, o leve aumento do desemprego registrado por institutos de pesquisa como o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no mês de março é marginal, pois “enquanto a demanda – leia-se consumo-estiver aquecida e a economia crescendo, a oferta de postos de trabalho só tende a aumentar.”
Zylberstajn arrisca até a dizer que o Brasil caminha para atingir o que os economistas chamam de “pleno emprego”, situação em que a procura por trabalho é igual ou menor do que a oferta. “Temos condições de chegar lá”, diz.
O pleno emprego não significa que a taxa de desemprego será zero. De acordo com Paulo Sandroni no seu Dicionário de Economia do Século XXI, o chamado pleno emprego existe quando não mais do que 4% da força de trabalho está desocupada. Isso acontece porque as pessoas têm a opção de trabalhar ou não. Os Estados Unidos, por exemplo, chegaram a ter desemprego de 1,2% em 1944 – quando a economia estava mobilizada pela Segunda Guerra Mundial. Para alguns economistas, os anos de governo Bill Clinton – quando o desemprego chegou a ser de 3,9% – podem ser considerados de pleno emprego também.
“No caso do Brasil, essa situação acontecerá quando a taxa de desemprego recuar para os 5%, o que pode ocorrer em breve se a economia mantiver o atual ritmo de expansão”, diz Zylberstajn.
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