Dilma disse hoje que não concorda com a “demonização” da Bolívia, ao comentar a declaração feita ontem por seu adversário José Serra (PSDB). O tucano disse em entrevista a uma rádio do Rio que o governo da Bolívia é “cúmplice” do tráfico de cocaína para o Brasil.
“Não é possível, de forma atabalhoada, a gente sair dizendo que um governo é isso ou aquilo. Não se faz isso em relações internacionais. Este não é o papel de um estadista ou de quem quer ser estadista”, disse a pré-candidata ao ser questionada sobre a declaração de Serra.
“Não acho que este tipo de padrão, em que você sai acusando outro governo, seja uma coisa construtiva. Temos que ter cautela, prudência e saber que são relações delicadas, que envolvem soberanias. Mesmo sendo [a Bolívia] um país pequeno, e por ser um país pequeno, a delicadeza tem que ser maior”, disse. “Acho que temos que construir na América Latina um padrão diferente de relacionamento.”
Dilma participou hoje pela manhã do Congresso Nacional das Secretarias Municipais de Saúde, no município de Gramado (RS). Serra está sendo esperado no evento hoje à tarde.
Em um discurso de mais de 50 minutos, a pré-candidata defendeu a regulamentação da emenda 29, que disciplina os gastos em saúde, e falou sobre política externa –embora sem citar a Bolívia ou mencionar a declaração de seu adversário.
“Não podemos ser um país desenvolvido cercado de miseráveis. Não podemos desprezar nossos vizinhos e olhar com soberba para países diferentes de nós. Esta é a política imperialista que leva à guerra, ao conflito e os desprezo.”
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