A luta não quita a fidalguia

Um leitor fez a provocação e eu aceito o tema de bom grado. Ele me pergunta se não vou comentar aqui a visita de Dilma a Lily Marinho, viúva de Roberto Marinho, ontem, no Rio. Vou, sim, e com muito prazer.
Acho que foi um ato de grande gentileza, da parte de ambas.
Quem fala isso é o neto do homem que mais combateu Roberto Marinho e que mais foi combatido por seu império de comunicação.  E que, eu tenho certeza, jamais recusaria um convite dele para conversar, muito menos ainda o de sua viúva.
Para quem não sabe, meu avô contava sempre que, nos primeiros tempos, tentou mesmo convencer Marinho a apoiar um programa massivo de educação de qualidade. “Já pensaram o que seriam os CIEPs com a Globo apoiando?”, perguntava ele às vezes.
Conversar, conversar civilizadamente, com todos, inclusive com seus maiores adversários, é um dever da política. E se você recebe um tratamento pessoal gentil, não tem nenhuma razão para não retribuir da mesma forma.
Ninguém combate o poder da Globo por razões pessoais contra os Marinho, mas em defesa de princípios democráticos. Embora o inverso, muitas vezes, não seja verdadeiro, é o correto.
Este tipo de “patrulhismo” não leva a lugar nenhum. Os nossos princípios democráticos são radicais, porque vão à raiz das questões. Não são radicalóides, sectários e intolerantes, para que pudessem – o que não podem – justificar o destrato pessoal a quem quer que seja.
Os gaúchos resumem bem isso, na frase que serve de título. A luta não pode nos tirar a civilidade.

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