A Polícia Federal indiciou o jornalista Amaury Ribeiro pela quebra de sigilo fiscal de tucanos. Ele nega a obtenção fraudulenta de dados. Sem discutir o mérito de por ordem de quem Amaury agia, embora todo mundo já saiba, gostaria que você lessem este trecho da reportagem de O Globo, publicado agora há pouco:
Após seis horas de depoimento, Amaury entregou para a imprensa, por meio de um advogado, o relato de suas investigações contra pessoas ligadas ao PSDB. Segundo o próprio jornalista, foram utilizadas apenas informações obtidas legalmente e que se referem aos anos de 1998 até 2002. No material, constam documentos da CPI do Banestado extraídos do Tribunal de Justiça de São Paulo. Na documentação o jornalista enumera informações sobre a vida empresarial de pessoas ligadas ao PSDB. São os mesmos nomes dos quais foram levantados os dados fiscais junto à Receita Federal no ano passado, entre eles o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio e Gregório Marin Preciado.
Segundo Amaury, “são informações oficiais a que tive acesso nos longos anos em que estou trabalhando no tema das privatizações. Pela primeira vez estão sendo trazidas ao conhecimento público. Foram obtidas judicialmente através de uma ação de exceção de verdade. São documentos da CPMI do Banestado, cujo acesso estava até então proibido aos brasileiros. Agora vieram à luz”.
Como assim vieram à luz? Vieram, nada. Chega a soar irônico que o jornalista diga que as informações “pela primeira vez estão sendo trazidas ao conhecimento público”, porque nenhum jornal publicou uma linha sobre os documentos entregues por Amaury aos jornalistas.
Estamos diante do incrível caso do segredo que foi quebrado mas ninguém sabe o que era.
do Tijolaço
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