Os misteriosos vãos da corrupção

Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), quando era governador de São Paulo José Serra, transformou-se em um misterioso personagem da disputa eleitoral no segundo turno. Tudo começou quando Dilma Rousseff inquiriu José Serra, no debate promovido, domingo à noite (dia 10 do corrente), pela TV Bandeirantes, entre os dois principais candidatos. Dilma disse que, assessor de José Serra em seu comitê de campanha, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, teria fugido com R$ 4 milhões arrecadados para a campanha do tucano.

"Isso é pauta petista"


José Serra
Candidato do PSDB a presidente, sobre Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), quando era governador de São Paulo



Empréstimo

Antes do período eleitoral, quando é proibida a arrecadação de recursos, Paulo Vieira de Souza teria obtido de empreiteira R$ 4 milhões para a campanha de Serra e fugido do País com o dinheiro. Engenheiro e ligado ao senador eleito Aloysio Nunes Ferreira, ex-chefe da Casa Civil do governo Serra, Paulo Preto fez um empréstimo de R$ 300 mil (dinheiro de sua família) para Aloysio comprar um apartamento em Higienópolis, na capital paulista. Em abril, ao assumir o governo, o vice-governador (em exercício) Alberto Goldman demitiu Paulo Preto.


Silêncio

No debate da TV Bandeirantes, José Serra ficou calado diante da denúncia de Dilma. Algumas horas depois, disse que não conhecia o tal assessor. "Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada. Não cometam esse erro"- disse Paulo Preto, ameaçador, face ao silêncio de Serra, adiantando que manteve cerca de dez encontros com o candidato. Serra finalmente admitiu conhecê-lo e saiu em sua defesa, alegando que a acusação de Dilma não procedia. Ele serviu ao governo de Fernando Henrique Cardoso como coordenador do programa Brasil Empreendedor.


Dossiê

Paulo Vieira de Souza é citado na Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal, que submeteu a Construtora Camargo Correia a uma investigação, no curso da qual se revelou que ele recebeu da empreiteira quatro pagamentos mensais de R$ 400 mil reais, cada um. O PT montou um dossiê contra Paulo Preto, no qual consta que ele foi preso quando solicitou a avaliação de um bracelete de brilhantes em uma loja da Joalheria Gucci, em São Paulo. A peça era roubada e a joalheria chamou a polícia civil. Ele está sendo processado por receptação.


Bons tratos

Os governos tucanos sempre trataram Paulo Vieira de Souza muito bem. Em 2007, quando trabalhava na Dersa - a empresa pública que constrói estradas em São Paulo - ele foi promovido ao cargo de diretor de Engenharia, tornando-se responsável pelas principais obras rodoviárias, como o famoso Rodoanel, que ganhou o apelido de "Rouboanel". Os petistas dizem que, investido nesse papel, Paulo Preto autorizava o pagamento às empreiteiras e fazia a medição das obras. Era um elo entre as empreiteiras e o Estado. Todo mundo sabe como isso funciona... Serra chegou a dizer, diante da ameaça de Paulo Preto, que "a acusação contra ele é injusta". Mas, em recente viagem a Porto Alegre, irritou-se quando um repórter lhe perguntou sobre Paulo Preto. "Isso é pauta petista", disse, encerrando a entrevista na capital gaúcha.

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