213 cadáreves
A morte é anterior a si mesma. No Carnaval, ela começou na hora em que os brasileiros entraram nos veículos para pegar a estrada.
A Polícia Rodoviária Federal divulgou nesta quinta (10) a contabilidade final dos acidentes registrados no feriadão.
Foram à cova 213 cadáveres. Coisa assim não se via desde 2003. Comparando-se com 2010 (143 corpos), a estatística mórbida engordou 47,9%.
Tudo piorou. Em 2010, 3.233 acidentes. Agora, 4.165. Alta de 28,7%. Feridos? 1.912 no ano passado. Em 2011, 2.441. Elevação de 27,4%.
Como explicar? Alvarez Simões, coordenador-geral da Polícia Rodoviária, mencionou o "impressionante aumento do fluxo de veículos".
Disse, de resto, que o flagelo teria sido menor não fosse a “imprudência” dos motoristas. Nenhuma palavra sobre a má conservação das rodoviais.
Seja como for, ainda que se admita que os cadáveres de 2011 fizeram tudo para morrer velozmente, parece claro que algo precisa ser feito.
Uma sociedade capaz de dar de ombros para tantas covas revela-se, ela própria, um cadáver.
O governo tem uma razão adicional para se mexer. Os mortos já se foram. Mas os feridos estão aí. A maioria onera o já combalido sistema público de saúde.
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por Josias de Souza
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