...MATA TANTO QUANTO O CIGARRO
Ainda sujeita a aumentar, a estatística do Carnaval revela o abominável número de 189 mortos em acidentes de trânsito, em todo o país, além de 2.152 feridos em 3.563 acidentes. Descontada ou acrescida pela imperícia e a irresponsabilidade de motoristas, ou somada ao lastimável estado das estradas, a conclusão óbvia é de que carro mata. Caminhões e ônibus, também. São máquinas mortíferas.
Quem fuma é submetido às maiores discriminações e humilhações, ficando para outro dia a evidência de que na juventude fomos expostos à mais espetacular das propagandas, capaz de induzir-nos ao vício. Não havia um herói ou uma mocinha que não fumasse nas mais diversas situações, na tela dos cinemas.
Ao comprar um maço de cigarros, somos obrigados a levar, também, execráveis imagens de gente sem perna, com feridas à mostra, estatelada em leitos de hospital, com as entranhas de fora e mais horrores idealizados pela fúria dos não-fumantes.
Cigarro mata? Mata. Mas se é para adotar medidas radicais contra o fumo, que se fechem as fábricas, que se proíba o seu funcionamento e a comercialização de seu produto. A isso, porém, não chegam nem chegarão os adversários do cigarro, quando autoridades. Ou as fábricas não contribuem com fabulosas taxas e impostos para os cofres públicos, além de grandes doadoras em todas as campanhas políticas?
O raciocínio precisa continuar: carro mata, e em certos períodos mais do que o cigarro.
Por que, então, ao saírem das montadoras, os automóveis, caminhões e ônibus não são obrigados a ter incrustadas em seus pára-brisas imagens de desastres horrorosos, como alerta dos riscos a que estarão correndo motoristas e passageiros?
Mais ainda, por que não proibir, como proibiram a propaganda de cigarros, também a propaganda desses carrões, inundando nossas telinhas e atormentando nossa paciência, sem falar nos anúncios em jornais, revistas e sucedâneos? O carro mata? Então que se adote, diante dele, as mesmas providências tomadas contra o cigarro.
Só para terminar: todos os dias somos surpreendidos com novas iniciativas contra o fumo e os fumantes. Havia hotéis, no mundo inteiro, com andares exclusivos para não fumantes. Agora virou. É proibido fumar na maioria dos hotéis, mesmo nos quartos pelos quais pagamos a hospedagem. No Japão, impede-se que se fume parado na rua. Os japoneses precisam aspirar fumaça andando. Em Nova York ficou pior: é proibido fumar até no Central Park.
Vamos fazer votos para a Humanidade, um dia desses, não proibir que se beba água. Porque água também mata. Que o digam os afogados...
Carlos Chagas
Verdade sobre o cigarro, deviam fechar as fábricas, odeio essas fotos macabras, embora sirvam para alertar, sacudir, se bem, que não vejo ninguém deixar o fumo por causa das fotos, será? Creio, tb, que se isso ocorresse, viraria droga ilícita, não resolve nada, traficantes de cigarros surgiriam. Achei bacana a propaganda do álcool, sem apelos horrorosos. Mas.. acho desrespeitoso estar num local e alguém jogar uma baforada de fumaça, odeio o cheiro. Odiava meu pai fumante, durante 58 anos. Parou quando o médico disse que era cardíaco e ia morrer. O medo, fez com que parasse. A casa ficava empestiada com o cheiro. Mas tb concordo que há discriminação, como tudo nessa vida. Eu prestes a fazer o meu exame no Detran e deparo com este post, ou pior, com esta foto. Infelizmente, tudo nessa vida mata! Por negligência ou por fatalidade... mas mata! Até a folha de alface deixa doente e mata aos poucos. É o agrotóxico que vai corroendo. Parece que tudo nos faz mal. E faz. Então, vamos fumar, vamos tirar carteira, mas com consciência que podemos matar, morrer ou sermos discriminados. Abraços.
ResponderExcluireu acho que se o governo nao tomar alguma providencia isto vai piorar cada dia mais
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