por Carlos Chagas

A MADRE SUPERIORA E AS NOVIÇAS

Com a volta de Dilma Rousseff a Brasília, ontem, fenômeno singular começou a  acontecer: trata-se da corrida a que se lançaram os ministros até seus gabinetes, vindos de onde estivessem, para  a partir de hoje poderem receber eventuais convocações da presidente. Fora os bissextos que permaneceram na capital federal, dois ou três no máximo, os demais haviam tomado o rumo de seus estados ou de capitais onde o Carnaval ferveu. De repente, sem a tolerância de anos anteriores, quando esticavam a semana de folga até a próxima, Suas Excelências entenderam  por bem não facilitar. Chegaram ontem ou estão chegando hoje bem cedo, convictos de que mais do que fazer média com a chefe do governo, estão  se precavendo contra possíveis estrilos por não se encontrarem em seus  postos. Convenhamos, as coisas mudaram muito. A leniente relação de outrora entre ministros e presidentes cedeu lugar a uma tensa expectativa de subordinação. 

A agenda de Dilma revela “despachos internos” a partir desta manhã, mas não se deve supô-los  apenas circunscritos aos auxiliares com gabinete no  palácio do Planalto. A referência abrange  toda a  Esplanada dos Ministérios.  

Em resumo:  
a Madre Superiora chegou ao Convento e  as Noviças precisam estar em suas celas...

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