A MADRE SUPERIORA E AS NOVIÇAS
Com a volta de Dilma Rousseff a Brasília, ontem, fenômeno singular começou a acontecer: trata-se da corrida a que se lançaram os ministros até seus gabinetes, vindos de onde estivessem, para a partir de hoje poderem receber eventuais convocações da presidente. Fora os bissextos que permaneceram na capital federal, dois ou três no máximo, os demais haviam tomado o rumo de seus estados ou de capitais onde o Carnaval ferveu. De repente, sem a tolerância de anos anteriores, quando esticavam a semana de folga até a próxima, Suas Excelências entenderam por bem não facilitar. Chegaram ontem ou estão chegando hoje bem cedo, convictos de que mais do que fazer média com a chefe do governo, estão se precavendo contra possíveis estrilos por não se encontrarem em seus postos. Convenhamos, as coisas mudaram muito. A leniente relação de outrora entre ministros e presidentes cedeu lugar a uma tensa expectativa de subordinação.
A agenda de Dilma revela “despachos internos” a partir desta manhã, mas não se deve supô-los apenas circunscritos aos auxiliares com gabinete no palácio do Planalto. A referência abrange toda a Esplanada dos Ministérios.
Em resumo:
a Madre Superiora chegou ao Convento e as Noviças precisam estar em suas celas...
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