não vai patrocinar ‘forró de plástico’; motivo é financeiro e de preservação cultural
O secretário de Cultura do Estado, o cantor e compositor, Chico César, reafirmou durante programa Conexão Arapuan, que o Estado não vai realmente financiar as chamadas bandas de ‘Forró de Plástico’ – bandas que estão longe do característico forró pé de serra.
“O estado não vai pagar estilos que não tenham a ver com a herança direta de Jackson do Pandeiro, Sivuca ou Luiz Gonzaga. O dinheiro é pouco e a Secretaria pretende pactuar com os municípios que investirem na cultura nordestina, paraibana, popular e que tragam o forró de pé de serra (para as festas)”, argumenta.
O secretário revelou que a decisão de não financiar ‘forró de plástico’ é especificamente para o São João.
“Estamos falando num tipo de música, num tipo de festa. Estamos falando de São João. É algo pontual para esse momento”, frisa.
Segundo o secretário, a música comercial já toca no rádio, nas casas noturnas e em outras festas durante todo o ano. “Na época do São João o estado pretende pactuar com quem valorizar a música nordestina de raiz”, pontua.
Além do pouco dinheiro para investir, Chico César, explica que o Estado pretende reservar a cultura da região.
“É um investimento num plantio da nossa cultura, porque essa cultura tem sido desprezada, escamoteada, tratada com indiferença e o estado tem que chamar a atenção. Essas coisas que já são vistas e ouvidas não precisam do estado. Nós não queremos proibir, mas se alguém quiser fazer que pague do seu próprio bolso. Nós queremos lutar por um espaço da arte nordestina, paraibana, nessa festa que é a festa mais bonita que o povo da Paraíba mais gosta que é a festa de São João”, entende.
Questionado se pode voltar a atrás da decisão, o secretário explicou que quem toma as decisões de despesas é o governador Ricardo Coutinho (PSB). “Tudo passa pelo filtro dele, mas eu me sinto muito afinado com o governador e com os grupos que o levaram ao poder”, ressalta.
Chico César lembrou ainda que o governo foi eleito com o intuito de mudar e propor novas políticas culturais. “Muitas vezes a política nem passa por essa coisa de paga ou não paga, mas por que tipo de pactuação se faz. Queremos colaborar, queremos participar dessa festa que na verdade quem faz são os municípios, agora se quem faz são os municípios e de alguma forma vai sair algo do pouco dinheiro dos cofres do Estado. Então nós queremos ajudar na conceituação”, finalizou.
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