Chocolate

Ele pode ser ao leite, meio amargo, crocante ou branco. Derrete na boca e tem um aroma característico que deixa qualquer um salivando de vontade. Quer coisa melhor do que saborear um bom pedaço de chocolate? Apesar de a procura pelo produto ter um aumento na Páscoa devido à tradição que representa, não há data certa para se deliciar com a iguaria. Toda hora é hora, e difícil conseguir resistir.

A relação com o chocolate vai além do prazer e da afetividade e, segundo a professora do curso de ciências da nutrição da Universidade de Fortaleza (Unifor), Sara Moreira, se consumido com moderação, é capaz de promover vários benefícios à saúde.Composto basicamente por pasta e manteiga de cacau, leite, açúcar, aromatizantes e ingredientes como castanha, amendoim e frutas secas, é um alimento altamente nutritivo. "Nele encontramos carboidratos, proteínas, lipídios e uma importante quantidade de sódio", explica a nutricionista. O chocolate também é fonte de minerais como magnésio, manganês, potássio, ferro, cobre e das vitaminas B e E; o cálcio é outra fonte de nutrientes do chocolate ao leite.

O doce apresenta ainda duas substâncias estimulantes: a teobromina e a cafeína. Conforme Sara Moreira, a primeira favorece à atividade mental e estimula o sistema muscular, enquanto a segunda contribui para melhorar a atividade do sistema nervoso central, aumentando a concentração e o raciocínio.

O chocolate também é rico em flavonoides e polifenóis, substâncias antioxidantes relacionadas ao controle dos níveis de colesterol no sangue e prevenindo contra doenças cardiovasculares.Atua como modulador da função imunológica e inflamatória, estimula a produção de serotonina - neurotransmissor relacionado à sensação de bem-estar - e ajuda a combater a ansiedade e a depressão, pois contém substâncias que fornecem energia e melhoram o humor. "Fonte de arginina, aminoácido com função vasodilatadora, também pode auxiliar na redução da pressão arterial", enfatiza a nutricionista da rede Mundo Verde, Bruna Murta.

Prefira o escuro

Esses efeitos benéficos são atribuídos ao chocolate amargo, que contém uma concentração maior de cacau associada à menores teores de açúcar e de gordura. "O ideal é optar produtos com mais 70% de cacau, pois eles têm maior quantidade de polifenóis como o resveratrol, que é um ótimo protetor cardiovascular", diz Bruna Murta.

Quanto mais escuro for o chocolate, mais benefícios ele pode trazer para o organismo. Os chocolates ao leite, portanto, já têm menor teor de pasta de cacau e maior quantidade de leite, o que faz com que apresentem elevados teores de colesterol e sejam mais calóricos.

O consumo de chocolate branco, por exemplo, deve ser mais restrito, pois, conforme Bruna Murta, não oferece benefícios à saúde por não levar massa de cacau, mas apenas a manteiga acrescida de leite e açúcar. É o mais calórico dos chocolates.

Sem excessos

Se os benefícios são inúmeros, o chocolate também tem seu lado vilão. A diferença depende sempre da quantidade ingerida. Com o aumento da oferta na Páscoa, o exagero pode parecer inevitável, porém, segundo Bruna Murta, com algumas medidas, podemos degustá-lo sem culpa.

O consumo de chocolate pode ser diário, entretanto, por ser um alimento calórico, a recomendação é de que não ultrapasse 30 gramas. Caso seja maior, a redução das calorias em outras refeições ou a inserção de práticas esportivas pode ajudar a não perder a linha. Especialistas recomendam a ingestão do chocolate, de preferência, pela manhã ou no início da tarde, quando o corpo precisa de energia e as calorias serão melhor aproveitadas pelo organismo.Há casos, no entanto, em que o consumo do chocolate é restringido ou mesmo proibido. Como fazer,então, para não deixar de aproveitar essa delícia?

Atualmente, há no mercado diversas opções de produtos para pessoas que têm necessidades especiais. "Para os celíacos e intolerantes à lactose, existem as opções de chocolates amargos à base de soja ou de alfarroba, uma espécie de vagem empregada como substituta do cacau. Para os diabéticos há também os chocolates diet, sem adição de açúcar", completa a nutricionista do Munco Verde.

Com tantas opções, aproveitar os benefícios do chocolate ficou bem mais fácil. A relação afetiva que estabelecemos com ele, seja ao presentear nossos entes queridos ou simplesmente ao desfrutarmos da sensação de bem-estar que ele pode proporcionar faz parte de um conceito mais amplo, o das "confort foods".

CONFLITO
"Alguns alimentos têm a capacidade de substituir faltas; são consolo emocional"
Veruska Fernandes, Neuropsicóloga, psicoterapeuta, Profa. da UNIFOR

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