Dureza e flexibilidade

Por uma ironia, mas não desprovida de lógica, o ápice da vigência das regras criadas para manter organizado o sistema político brasileiro
coincide com o ápice da desorganização do sistema político brasileiro.

Os sábios quiseram instituir entre nós a disciplina absoluta na política. Vão colher o seu contrário. Já estão colhendo.

Prazo de domicílio eleitoral. Prazo de filiação. Fidelidade partidária. Poder total dos caciques na vida das legendas. “Fechamento
de questão” para controlar bancadas. Criminalização do financiamento privado político-eleitoral. Proibição da atividade eleitoral fora de
prazos curtíssimos. Proibição da propaganda e atividade eleitoral “antecipadas”.

O Brasil deve estar entre os países mais cheios de regras e proibições para quem deseja fazer política ou disputar eleições. Não obstante,
nosso país figura também na lista das nações de sistema político mais pulverizado.

Por uma razão óbvia. A progressiva perda de espaços privados e de graus de liberdade para o exercício da política faz dela um
exercício cada vez mais exclusivamente estatal.

E os partidos vão se transformando em maquinetas monopolizadas por quem tem orçamento. “Caneta”, como se diz.

Só que o Brasil não é uma Líbia, não é país de uma caneta só. Tem um punhado delas por aí. Algumas bem fortes.

O PT de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff tem a caneta federal. O PSDB de Geraldo Alckmin tem a do estado de São Paulo. O de Aécio Neves tem a de Minas Gerais.

Para não ficar amarrado à aliança com Alckmin, Gilberto Kassab aproveitou o fato de comandar o orçamento da cidade de São Paulo e
tratou de criar sua própria sigla. Afinal tem caneta, e cheia de tinta.

Já Marina Silva não possui uma caneta para proteger seu belo patrimônio político-eleitoral. Está refém dos donos do PV. Pior, viu
os ganhos eleitorais do ano passado serem transformados em moeda de troca para os verdes sem-voto barganharem espaços de poder.

O poder tem como atrair, especialmente quando precisa de apoio. E no Brasil essa equação é ainda mais vital, pois é quase impossível o
sujeito se eleger com uma maioria parlamentar.

Na teoria, a fidelidade partidária veio para dar aos partidos melhores condições de manter a integridade diante da força de atração dos governos. Agora, a ilusão de dominar os elementos da natureza vai cobrando seu preço.

Máxima dureza não é a melhor fórmula para resistir a pressões externas. Os bons materiais precisam também de flexibilidade.

Um comentário:

  1. Marco Antônio Leite28 abril, 2011

    NEM
    NEM DEUS, NEM CRISTO
    MEM FÉ, NEM SANTO.
    NEM CATOLICO, NEM CRENTE.
    NEM PADRE, NEM PASTOR.
    NEM DEZ, NEM QUANTOS MANDAMENTOS FOREM.
    NEM REZA, NEM CANTO.
    NA VERDADE O QUE EXISTE SÃO SEIS (06) BILHÕES
    DE CAPETAS MEIO HOMEM MEIO CABRA, DE ORELHAS PONTUDAS, CHIFRES, ASAS, BRAÇOS, E COM PONTA DE CAUDA E AS PATAS BIFURCADAS ESPALHADOS PELO PLANETA.
    TEMOS POLÍTICOS LADRÕES.
    LADRÕES QUE NÃO SÃO POLÍTICOS.
    DESEMPREGADOS EM TODOS OS NÍVEIS. CRIANÇAS ABANDONADAS A PROPRIA SORTE.
    PROSTITUIÇÃO INFANTIL, JUVENIL E ADULTA.
    JOVENS FUMANDO CRAKE, MACONHA E CHEIRANDO COCAINA.
    FAVELAS, PALAFITAS CURTIÇOS E GUETOS EM GERAL.
    ISSO TUDO CONSTRUIDO COM AS MÃOS DO CAPETA HOMEM.
    O REI DA CANALHICE, HIPOCRISIA E SAFADESA.
    NEM FÉ, NEM SANTO!

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