Juros

derruba-los é a melhor saída para a supervalorização do real


São positivas as declarações do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, dadas durante o café da manhã ontem com deputados da Comissão de Finanças e Tributação (CFT). Tombini acentuou como prioridades do Banco o combate à inflação e muita atenção ao ingresso de capital especulativo.

Melhor, ainda, reafirmou a disposição da nossa autoridade monetária de tomar novas medidas no controle da volatilidade do câmbio. Fez questão de registrar, também, que nossa economia tem crescido acima dos índices registrados nos países europeus e que é de 4% a expectativa do BC de crescimento econômico para este ano.

Sobre estas questões, e falando francamente, meu temor é que o aumento das taxas de juros e a conjuntura internacional levem a uma valorização do real insuportável para nossa indústria. A Europa caminha para o estagnação, ele mesmo descreveu. Aliás, não é só a França que tem inflação e crescimento baixo. A Grã Bretanha tem 5% de inflação e crescimento zero.

O fato é que não vejo instrumentos capazes de evitar a valoração artificial do real, a não ser a queda dos juros e uma mudança de rumo na política monetária do país. E digo isso, reconhecendo a extraordinária mudança já ocorrida na política do BC, que abandonou a ortodoxa visão de que basta aumentar ou diminuir juros para que a inflação mude junto.

Na nova conjuntura mundial e no novo estágio das economias global e brasileira, esta visão não é uma verdade absoluta e muito menos um dogma. Ainda bem.

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