100 dias
Hoje, ao chegar a 100 dias, o governo Dilma completa uma etapa. Ninguém sabe sua origem, mas é antigo o costume de considerar especial esse momento. É quando se faz o primeiro balanço, a primeira avaliação de como funciona um governo.
Para a opinião pública, não é uma data relevante. Na vida das pessoas, são raríssimas as situações em que 100 dias significam algo. Na família, no trabalho ou nas relações sociais, nada acontece quando são completados. Alguém comemora os 100 dias de nascimento de um filho? De um namoro? De um emprego?
Mas o meio político anda depressa, a imprensa precisa de notícias e estamos habituados às datas redondas. Daí que nos pomos a discuti-los, apesar de saber que nem tanta importância têm.
Na verdade, um novo governo se revela rapidamente nos seus aspectos fundamentais. Vendo a montagem do ministério, a cerimônia e o discurso de posse, as iniciativas dos primeiros dias, conhecemos logo suas características - para onde pretende ir, de que maneira e com quem – e podemos antecipar como será, pelo menos em seus traços gerais. Não precisamos aguardar 100 dias.
Com o governo Dilma foi assim, pois, desde janeiro, sabemos o que é. De lá para cá, nada de bombástico aconteceu. Para muitos, só isso já é uma virtude.
As pesquisas realizadas no final de março e neste começo de abril são coerentes e mostram que Dilma tem uma avaliação positiva semelhante à de Lula na mesma época de seu primeiro mandato e maior que no segundo. Para o Ibope, os 56% de “ótimo”e “bom” que ela tem agora não estão distantes dos 51% que seu antecessor alcançava em março de 2003, mas são superiores aos 49% que ele obteve em março de 2007.
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