Amigos, é inaceitável e intolerável o machismo repugnante com que não pouca gente vem tratando as novas ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.
Em notinhas em determinados veículos, em blogs de diferentes tendências pela web afora, e mesmo em certas conversas no Congresso, se discutem menos os méritos, deméritos, a competência ou ausência dela nas duas ministras e mais sua figura.
Uma, Gleisi Hoffmann, é criticada por ser considerada bonita – e lhe salpicam apelidos depreciativos por isso, como aliás já ocorria no Senado, poucos dias após sua estréia, em fevereiro, como senadora de primeiro mandato pelo PT do Paraná. A outra, por supostamente não ser.
O que deveria estar em pauta, exclusivamente, é se Gleisi Hoffmann, cujo cargo de maior responsabilidade executiva que exerceu foi a de diretora financeira da gigante Itaipu Binacional, dispõe ou não do perfil necessário para tocar um ministério extremamente complexo e repleto de atribuições como a Casa Civil da Presidência, que ao longo da história já foi ocupada por grandes nomes da República.
O que deveria estar em pauta, exclusivamente, é se Ideli Salvatti, ex-senadora, candidata derrotada ao governo de Santa Catarina pelo PT no ano passado, que se pautou no Senado por comportamento áspero, espalhafatoso e gritalhão – aparentemente, para dizer o menos, pouco adequado a quem agora coordena negociações difíceis, bizantinas, com partidos aliados e com a própria oposição – reúne a paciência, a tolerância, a habilidade e os demais requisitos para a função que recebeu.
Julgá-las, bem ou mal, pela aparência ou características físicas, ou insistir em comentar esse aspecto em detrimento do que realmente vem ao caso é uma manifestação de machismo e, em algum grau, também de barbárie.
de Ricardo Setti
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