A anti-Palocci
Dizem que a Dilma mandou ligar para a casa do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e da sua mulher Gleisi para fazer o convite para chefiar sua Casa Civil. Qual dos dois seria o convidado?
— O que atender — disse Dilma.
Outros dizem que a decisão já estava tomada. Paulo Bernardo era cotado para ser o escolhido, mas tinha a contagem de cromossomos errada. Dilma queria alguém o mais diferente do Palocci possível. Ou seja, loira e bonitinha. Paulo Bernardo é um articulador político experimentado e orientará sua mulher nessa área, o que significa que algumas das mais importantes confabulações da República serão feitas na mesa de café do casal. Frases como “Passe o pão” poderão adquirir significados até agora insuspeitados.
Cresce a presença feminina no gabinete da Dilma e é possível que até o fim do seu mandato só sobre, como homem, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, que passaria a participar das reuniões do Ministério em uniforme de campanha, por precaução.
COMPARAÇÕES
Uma das vantagens de envelhecer (ainda estou procurando as outras) é que cresce, por assim dizer, o nosso estoque de termos de comparação. Por exemplo: quem acompanha o futebol há muito tempo tem mais parâmetros para concordar ou não que Ronaldo foi o maior jogador brasileiro de todos os tempos, depois do Pelé.
O que não dá para aceitar é que tirem o Pelé do páreo, alegando que o futebol do seu tempo era outro e que história antiga não vale, como fazem certos exagerados. Está certo, para quem não o viu jogar, o Pelé já deixou de ser história e virou mito — mesmo que um mito bem documentado — e os mitos não costumam servir de parâmetros para mortais.
Eu vi jogar o Pelé (não, não é verdade que também vi o Friedenreich) e posso atestar que:
1. ele já pegou o futebol duro, de pegada no calcanhar, que enfrentam os atacantes de hoje;
2. o mito corresponde à realidade do que ele fazia em campo;
3. ele era mais completo do que o Ronaldo.
Nada contra as homenagens ao Ronaldo, um centroavante extraordinário que merece todas as festas. Mas sem comparações impensadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário