[...] características de um líder
Quando pensamos nas qualidades que buscamos em líderes visionários, pensamos em inteligência, criatividade, carisma e conhecimento, mas também na busca do sucesso, o desejo de inovação e a vontade de desafiar as práticas estabelecidas. Na realidade, porém, o perfil psicológico de um líder é também o de alguém que assume riscos compulsivamente em busca da novidade. Em resumo, o que buscamos nos líderes parece ser o tipo de personalidade dos viciados. Como é possível? Em geral, acreditamos que os viciados são pessoas com pouca vontade, enquanto os empreendedores são pessoas com disciplina e força. Para entender esta aparente contradição é necessário analisar o cérebro e, sobretudo, as funções relacionadas com o prazer e a gratificação.
O prazer evoca sinais neurológicos que convergem para um pequeno grupo de áreas cerebrais interconectados conhecido como circuito cerebral do prazer, pequenos grupos de neurônios onde o neurotransmissor dopamina desempenha um papel central. Esse circuito de prazer que utiliza a dopamina também pode ser ativado por algumas - não todas - substâncias psicoativas que implicam um risco de vício, assim como as drogas. Os circuitos de prazer do cérebro também são ativados por meio de recompensas imprevisíveis. Enquanto a roleta gira ou os cavalos correm na pista, temos uma sensação de prazer, ainda que ao final não ganhemos.
A incerteza em si pode ser gratificante, o que sem dúvida é um atributo útil para empresas de alto risco e alto rendimento. Será que a personalidade aditiva tem vantagens? Algumas das figuras históricas mais admiradas tinham vícios, e não apenas os mais evidentemente criativos, mas também os cientistas, os guerreiros e estadistas. A personalidade obsessiva, caracterizada pela busca do risco e da novidade que costuma ser apresentada pelos viciados, pode adaptar-se ao trabalho e ser muito eficaz. No caso de muitos líderes, não se trata de serem bem sucedidos apesar de seu vício, mas que a mesma química cerebral que os converte em viciados também lhes confere uma conduta que se mostra paradoxalmente benéfica na liderança.
É por isso que, quando a sua empresa precisar de um novo líder, tem de buscar alguém que tenha uma função de dopamina atenuada: alguém que nunca está satisfeito com o status quo, alguém que queira o sucesso mais do que outros, mas que desfrute menos dele.
O prazer evoca sinais neurológicos que convergem para um pequeno grupo de áreas cerebrais interconectados conhecido como circuito cerebral do prazer, pequenos grupos de neurônios onde o neurotransmissor dopamina desempenha um papel central. Esse circuito de prazer que utiliza a dopamina também pode ser ativado por algumas - não todas - substâncias psicoativas que implicam um risco de vício, assim como as drogas. Os circuitos de prazer do cérebro também são ativados por meio de recompensas imprevisíveis. Enquanto a roleta gira ou os cavalos correm na pista, temos uma sensação de prazer, ainda que ao final não ganhemos.
A incerteza em si pode ser gratificante, o que sem dúvida é um atributo útil para empresas de alto risco e alto rendimento. Será que a personalidade aditiva tem vantagens? Algumas das figuras históricas mais admiradas tinham vícios, e não apenas os mais evidentemente criativos, mas também os cientistas, os guerreiros e estadistas. A personalidade obsessiva, caracterizada pela busca do risco e da novidade que costuma ser apresentada pelos viciados, pode adaptar-se ao trabalho e ser muito eficaz. No caso de muitos líderes, não se trata de serem bem sucedidos apesar de seu vício, mas que a mesma química cerebral que os converte em viciados também lhes confere uma conduta que se mostra paradoxalmente benéfica na liderança.
É por isso que, quando a sua empresa precisar de um novo líder, tem de buscar alguém que tenha uma função de dopamina atenuada: alguém que nunca está satisfeito com o status quo, alguém que queira o sucesso mais do que outros, mas que desfrute menos dele.
David Linden, Professor de Neurociências, Universidade Johns Hopkins - NYT -
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