O estado das relações entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem tudo para virar pauta permanente.
Porque Lula, como ex-presidente, será sempre notícia. Porque Lula elegeu Dilma e sugeriu a nomeação de boa parte do ministério. Porque a tensão entre ambos, mesmo suposta, é um vetor da disputa política.
Mas principalmente porque Dilma acumula capital político à custa do antecessor.
Por exemplo a tal faxina. O governo notou que dá ibope remover da administração os núcleos problemáticos. A base parlamentar também já percebeu que bater de frente com o Palácio do Planalto é pouco inteligente.
Se a presidente vai bem, o governo também vai. E no fim das contas será bom para todos os passageiros do barco.
Menos para os indivíduos ejetados. Mas não se faz omelete sem quebrar ovos. E a regra no jogo na política é clara: ninguém tem o direito de ceder à tentação de socializar o próprio infortúnio.
Há porém um problema. Se alguém está acumulando capital político, outro vem perdendo.
A oposição? Pouco provável. As pesquisas mostram até um ligeiro declínio da avaliação presidencial. Não parece haver movimentação tangível no eleitorado, até pelo eleitor não estar prestando maior atenção à política.
Apesar de surgir aqui um problema potencial para a oposição, cujo discurso não mais poderá se apoiar apenas no udenismo fácil. Essa bandeira Dilma já neutralizou.
A operação que apresenta Dilma Rousseff como a comandante da faxina que vai limpar a Esplanada e permitir maior eficiência ao governo, inclusive para combater a miséria, tem por enquanto um só perdedor: Lula.
Na política leva vantagem quem acha respostas simples para perguntas complicadas. Mas se o sujeito precisa dar respostas complicadas para enfrentar perguntas simples então tem um problema.
“Quem deixou acumular tantaa sujeira, ao ponto de obrigar Dilma a fazer uma verdadeira faxina?”
A resposta simples para essa pergunta simplíssima é “Lula”. A saida que poupa o ex-presidente pede mais elaboração.
Em defesa do ex, pode-se argumentar que Dilma reúne mais condições políticas de sanear o próprio governo. Inclusive por ter mais apoio parlamentar.
Ou que Lula indicou Dilma por saber que ela faria o que ele próprio não pudera fazer.
A primeira linha é frágil. Se Dilma tem uns deputados e senadores a mais na base, comparado ao período anterior, nem de longe alcança a liderança política e popular do padrinho.
Que, se quisesse, poderia ter reunido ele próprio as condições para livrar-se da sujeira agora alvo de faxina. Um pensamento óbvio.
Da segunda fica a pulga atrás da orelha. Por que exatamente Lula não pôde fazer?
A verdade é que, no popular, dá impressão de Dilma ter arcado com o ônus de corrigir desvios instalados no período anterior, instalados sob o olhar complacente de quem mandava.
Mas a própria Dilma não é parte desse “período anterior”? Sim e não. Ela estava lá, mas a palavra final não era dela, poderão argumentar.
E vai mais uma fatura para o colo de Lula...
Porque Lula, como ex-presidente, será sempre notícia. Porque Lula elegeu Dilma e sugeriu a nomeação de boa parte do ministério. Porque a tensão entre ambos, mesmo suposta, é um vetor da disputa política.
Mas principalmente porque Dilma acumula capital político à custa do antecessor.
Por exemplo a tal faxina. O governo notou que dá ibope remover da administração os núcleos problemáticos. A base parlamentar também já percebeu que bater de frente com o Palácio do Planalto é pouco inteligente.
Se a presidente vai bem, o governo também vai. E no fim das contas será bom para todos os passageiros do barco.
Menos para os indivíduos ejetados. Mas não se faz omelete sem quebrar ovos. E a regra no jogo na política é clara: ninguém tem o direito de ceder à tentação de socializar o próprio infortúnio.
Há porém um problema. Se alguém está acumulando capital político, outro vem perdendo.
A oposição? Pouco provável. As pesquisas mostram até um ligeiro declínio da avaliação presidencial. Não parece haver movimentação tangível no eleitorado, até pelo eleitor não estar prestando maior atenção à política.
Apesar de surgir aqui um problema potencial para a oposição, cujo discurso não mais poderá se apoiar apenas no udenismo fácil. Essa bandeira Dilma já neutralizou.
A operação que apresenta Dilma Rousseff como a comandante da faxina que vai limpar a Esplanada e permitir maior eficiência ao governo, inclusive para combater a miséria, tem por enquanto um só perdedor: Lula.
Na política leva vantagem quem acha respostas simples para perguntas complicadas. Mas se o sujeito precisa dar respostas complicadas para enfrentar perguntas simples então tem um problema.
“Quem deixou acumular tantaa sujeira, ao ponto de obrigar Dilma a fazer uma verdadeira faxina?”
A resposta simples para essa pergunta simplíssima é “Lula”. A saida que poupa o ex-presidente pede mais elaboração.
Em defesa do ex, pode-se argumentar que Dilma reúne mais condições políticas de sanear o próprio governo. Inclusive por ter mais apoio parlamentar.
Ou que Lula indicou Dilma por saber que ela faria o que ele próprio não pudera fazer.
A primeira linha é frágil. Se Dilma tem uns deputados e senadores a mais na base, comparado ao período anterior, nem de longe alcança a liderança política e popular do padrinho.
Que, se quisesse, poderia ter reunido ele próprio as condições para livrar-se da sujeira agora alvo de faxina. Um pensamento óbvio.
Da segunda fica a pulga atrás da orelha. Por que exatamente Lula não pôde fazer?
A verdade é que, no popular, dá impressão de Dilma ter arcado com o ônus de corrigir desvios instalados no período anterior, instalados sob o olhar complacente de quem mandava.
Mas a própria Dilma não é parte desse “período anterior”? Sim e não. Ela estava lá, mas a palavra final não era dela, poderão argumentar.
E vai mais uma fatura para o colo de Lula...
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