Fechando a torneira
Até que enfim algo digno de louvor no ministério do Turismo, agora sob nova direção. O ministro Gastão Vieira assinou portaria, ontem, suspendendo o pagamento de todos os convênios celebrados com Organizações Não Governamentais para prestação de serviços de promoção de eventos e de cursos de treinamento de qualificação profissional.
Interrompe-se, assim, a lambança que vinha de diversas administrações anteriores, quando ONGs fajutas, que nem sede tinham, mamavam nas tetas do governo. Eram e são dirigidas por amigos, correligionários políticos e até bandidos ligados aos detentores do poder. Até agora não escapa ninguém, porque as ONGs já foram em grande parte criadas pelo PMDB, no governo José Sarney, pelo PRN, no governo Fernando Collor, só não fazendo sua festa no governo Itamar Franco, mas multiplicadas pelo PSDB, no período de Fernando Henrique, e pelo PT, na administração do Lula.
Elas se intitulam não governamentais e deveriam, assim, buscar recursos na iniciativa privada, mas fora as exceções de sempre, valem-se dos cofres públicos e dos governantes da época. Esse primeiro exemplo do ministro do Turismo, fechando a torneira, é digno de ser seguido pelos demais ministérios, porque não há um, sequer, que não esteja infestado de ONGs.
Gastrão Vieira pediu o auxílio do Tribunal de Contas da União, que promoverá ampla auditoria nos contratos celebrados pelo ministério do Turismo, em gestões anteriores, com entidades que nenhum serviço prestavam, senão à conta bancária de seus diretores.
Já que se fala de uma iniciativa elogiável, fica no ar a pergunta: não estaria na hora, também, de o governo começar a passar a vassoura nas chamadas terceirizações, tão a gosto do neoliberalismo, mas outro antro de roubalheiras e explorações dos recursos públicos? Empresas de prestação de serviços de segurança, limpeza, promoções, jornalismo, exploração de rodovias e ferrovias, pedágios e até acompanhamento psicológico existem aos montes, sugando o tesouro nacional e remunerando miseravelmente seus servidores, sem quaisquer garantias trabalhistas. Se a hora é da faxina, que tal limpar também o porão?
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