[...] ou como dizia Tiváva: Cada doido uma mania.

Por alguma razão o ser humano, depois que nasce, dependendo do contexto em que vive, em que foi criado, adquire, muitas vezes sem se dar conta, medos e fobias. Muitos desses medos não passam de frescura, de falta do que fazer, mas alguns até se justificam em razão de passagens da vida, coisas específicas, como traumas, por exemplo. Agorafobia, por exemplo, não é medo do agora, mas medo de estar em lugares abertos, de multidão, já a ablutofobia é medo de tomar banho. Agirofobia é medo de cruzamento de ruas, vê se pode? Afefobia é medo de afeto. Dá para imaginar que existe até o medo de gelo. Uma pessoa assim não pode encarar uma cerveja estupidamente gelada, imagino. Pode parecer engraçado, mas só por curiosidade, fui pesquisar sobre medos e fobias e elas existem aos montes, de A a Z e são centenas. Tirante o lado engraçado, os medos nos acompanham a partir do momento em que tomamos conhecimento dos limites, dos perigos, do tamanho dos desafios e, principalmente do desconhecido. Medo de altura, de lugares escuros, de elevador, de andar de avião, do mar, é medo que não acaba, mas existem os medos que não se justificam, como o medo de amar, principalmente se não tiver a certeza da correspondência. A vida é única, é passageira, e pode-se dizer que chega a ser muito breve. Vi a reportagem sobre o homem que falava no MSN com a esposa e de repente a comunicação foi cortada e ele talvez tenha creditado o fato às nossas operadoras de telefonia voltada para a internet. Desta vez não foi. Antes tivesse sido. A vida da esposa desse homem acabou justo na fração de segundo em que o edifício onde ela estava desmoronou sobre ela e mais de uma dezena de pessoas que tiveram suas vidas interrompidas. Quantas pessoas agora não começaram a desenvolver medo de entrar em prédios velhos ou ficar trabalhando em edifícios altos até tarde? A verdade é que os medos estão à nossa volta, esperando para nos atingir como uma picada de cobra e o veneno se espalha dentro da gente, muitas vezes para o resto da vida. Para a maioria dessas fobias existe cura. Para o medo do toque, talvez a cura seja um abraço carinhoso, de preferência perfumado; para o medo de amar, a cura pode estar na ousadia para enfrentar o desafio, para não ligar para nada nem pra ninguém e aceitar os riscos de descobrir o que vai acontecer depois do primeiro passo. A vida não pode ser adiada e não se deve deixar para amanhã qualquer chance se ser feliz, nem que por um momento. O mundo precisa de alguns medos, é verdade, mas por enquanto sobra coragem para muito cabra safado, sem nenhuma vergonha na cara, como o JOSÉ MARIA MARIN, vice-presidente da CBF e ex-vice- prefeito de São Paulo. Sem medo de nada, nem do flagrante explícito, nem de vizinhos, nem de ser preso, nem do público, nem da ira dos atletas que se fizeram merecedores da comenda surrupiada em público. José Maria Marin não tem medo de ser ladrão. No contexto em que está inserido, pode ser considerado um homem de coragem. Medo de morrer tem lá a sua explicação, medo de perder o emprego também, de ser enganado pela mulher ou vice-e-versa, tudo bem, mas medo de ser feliz? De ousar, de se atrever? De sair na chuva? De um abraço apertado, um beijo demorado? Faça-me o favor!
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