[...] o crescimento e suas implicações
Quando se tratam as tendências para comércio eletrônico, além de considerar as perspectivas econômicas, é necessário levar em conta as mudanças estruturais e a multi-canalidade.
O passado recente do mercado de comércio eletrônico não é um bom indicador para sua projeção – elevadas taxas de crescimento em 2009 e 2010 e abaixo das expectativas em 2011, em que se esperava que o varejo eletrônico alcançasse R$ 20 bilhões, valor que não foi atingido, não são suficientes para dar base a projeções.
Segundo a Fecomércio, no Brasil o varejo eletrônico mal chega a 1,5% do total do comércio. Tanto nos EUA, como na Europa (mesmo com a crise atual), essa proporção chega a 5%, ou mais. Há todo tipo de estimativa, mas chega-se a considerar que em cinco anos o comércio eletrônico representará 30% de todo o comércio nessas regiões.
Se considerarmos o crescimento do comércio total em 5% ao ano, e metade da proporção Europa/EUA (logo 15% do comércio total), chegaríamos à taxa anual de crescimento no Brasil da ordem de pouco mais de 65% ao ano, o que levaria a estimativa em cinco anos para R$ 230 bilhões. Com essa base de análise, em 2012 o faturamento chegaria a R$ 30 bilhões.
Obviamente, esta é uma projeção bastante otimista, mas projeções conservadoras levariam ao valor de R$ 22 bilhões para 2012.
Com base neste cenário econômico, o grande problema é: as empresas estarão preparadas para esse crescimento, principalmente em termos de logística e atendimento ao cliente?
Além disto, será preciso garantir coerência na exposição da empresa e suas ofertas ao mercado, por meio da experiência do cliente nos diferentes canais e dispositivos, e ter uma transação de negócios unificada (preço, disponibilidade, etc.). Os múltiplos canais de interação devem ser viabilizados em todas as etapas do processo de compra, o que exige um sistema unificado de informação, no front-office, middle-office e back-office. Para gerenciar a explosão no número de habilidades exigidas para operar em e-commerce multicanal as organizações deverão investir na terceirização de serviços.
Os novos meios de comunicação como as redes sociais também são destaque, pois têm causado um efeito profundo sobre o comércio eletrônico. Estima-se que 90% de todas as compras estão sujeitas a influência social, porém o ganho com esse meio ainda é pequeno, mas gradual e consistente. Em 2012, novos modelos comerciais baseados em redes sociais (em fase de aperfeiçoamento) terão ainda mais relevância para os varejistas.
Outra tendência importante: é previsto que novos players assumam o papel de “e-hubs”, isto é, agentes intermediários concentradores de ofertantes e clientes. Além disso, tecnologias viabilizarão novos modelos, mais ágeis e flexíveis; mais “inteligência” será incorporada nos sistemas de informações e, ainda, o crescimento do modelo F2C (Fabricante-Consumidor).
Muitas mudanças e novidades estão por vir. Os próximos anos têm tudo para se transformarem nos mais fascinantes da história do comércio eletrônico. Portanto, os varejistas precisam se empenhar no investimento e conhecimento de tecnologias para não ficar para trás.
por Norberto A. Torres
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