Pig quer implodir a base aliada da presidente Dilma


A mídia golpista não dá sossego a este governo assim como não deu ao anterior. Nem quando a presidenta resolve fazer aquilo que sempre cobraram de Lula, a saber, uma posição inabalável de não ceder à chantagem dos partidos políticos que apoiaram o governo passado, em troca de cargos e barganhas outras que diminuem a atividade política aos olhos da população, se mostram dispostos a enxergar mérito na corajosa atitude, para alguns e suicídio político para outros, de Dilma em  demonstrar firme determinação de ir até as últimas consequências para combater o fisiologismo que permeia as relações do governo com os partidos políticos que formam sua base aliada no congresso 


Causa espanto saber que durante quase todo mandado do ex-presidente Lula o mote era: "o governo é leniente com a corrupção"." Usa cargos e verbas para corromper". "O governo é refém de um congresso clientelista e inescrupuloso". "Lula escancarou as portas do planalto para o fisiologismo". As mais duras e contundentes críticas ao ex-presidente se assentavam no fato de Lula ter construído um amplo arco de alianças que incluía desde  Sarney, Renan, Jader Barbalho,  a  Paulo Maluf, Roberto Jeferson e Severino Cavalcanti, apenas para ficar nestes, os mais visíveis representantes da política do atraso, do toma-lá-da-cá, para garantir a governabilidade, sem a qual  teria caído precocemente, ainda no primeiro mandato,  e sem a qual não teria conseguido dá uma nova face ao Brasil. A imprensa sempre condenou a coalização política formada por Lula para sustentar seu governo. Só esqueceu de lembrar que desde que Cabral aportou por estas terras é assim que funciona a política no Brasil. 



Por um destes acidentes de percurso que só acontece a cada mil anos, Lula lança e elege uma mulher para presidente. Mulher que só foi a candidata de Lula porque esta mesma imprensa em sua campanha rastaquera para derrubá-lo da presidência abateu um por um os seus eventuais sucessores. Quem primeiro entrou na alça de mira foi o PT, enquanto partido, associado pela mídia a todo tipo de roubalheira. A seguir Dirceu, depois Palocci e , por fim,  Mercadante que teve a imagem desgastada no escândalo dos aloprados, até que nenhuma outra opção, na qual  Lula pudesse confiar plenamente, restou nos quadros do PT. Pelo menos não no tocante aos companheiros de jornada, fundadores do partido. (Salvo Suplicy e Marina que sempre mantiveram uma posição de independência dentro do partido. Contudo, jamais contaram com a confiança irrestrita de Lula). É desse cenário tosco que Emerge Dilma, cristã nova no PT, mas que durante o auge da campanha golpista do mensalão foi o escudo protetor do presidente na casa civil e como prêmio pela fidelidade demonstrada ganha a indicação de Lula, o apoio durante a campanha e se elege a primeira mulher presidenta do Brasil.

Quando todos imaginavam que o governo de Dilma seria a continuidade do de Lula nos vícios e nas virtudes, eis que a mulher repetidas vezes chamada de poste, de marionete do ex-presidente, termos usados para desclassificá-la como candidata, como pessoa e gestora, resolve dá um chega pra lá na tolerância tantas vezes demonstrada pelo ex-presidente Lula para com os malfeitos de pessoas que estavam próxima do governo. Em menos de um ano na presidência demite vários ministros, todos acusados de corrupção. E para ficar claro que os tempos não eram mais os mesmos, sobrou até para o congresso. Dilma deu o que a imprensa sempre pediu a Lula e jamais recebeu.


Agora que a presidenta inaugura um novo ciclo na relação com a base aliada, endurecendo e se recusando a ser refém desse congresso amoral que vive da chantagem, do achaque, votando somente se os seus interesses forem atendidos, se o governo acenar que vai liberar verbas, nomear apaniguados, correndo sérios riscos de ver-se isolada, contando apenas com o favor da opinião pública que em nosso pais é inerte, não se move ativamente em participação para exigir que os congressistas se recolham ao papel que lhe foi designado, o de está do lado do bem maior da nação, era de se esperar que a imprensa ficasse em favor da presidenta e aproveitasse o momento histórico nunca antes experimentado por nenhum outro presidente no tocante a recusa do chefe de Estado em tratar com os parlamentares de um modo que não seja cedendo ao fisiologismo, para fazer uma ampla campanha junto a opinião pública, denunciando os deputados e senadores que estão tolhendo o governo, impedindo os avanços do país por causa de interesses mesquinhos contrariados, pelo fato de não terem mais acesso ao meios de apoderarem-se dos recursos do erário, de não dobrarem à presidenta a sua forma tacanha de fazer política, já que a presidenta está fazendo exatamente o que a imprensa exigiu que Lula fizesse.



No entanto, para tristeza geral o que se vê é uma imprensa cabotina, incendiária que insufla a presidenta a confrontar o congresso por uma via e por outra insufla o congresso a confrontar a presidenta. Neste jogo dúbio os projetos de interesses da nação, a lei geral da copa, o código florestal, dentre outros, estão paralisados no congresso, sob o sério risco de irem à breca.


No que isto resulta? Resultará cedo ou tarde naquilo que diziam não querer: a presidenta se conscientizar de que sem o congresso não conseguirá governar e que não cabe a ela o papel de moralizá-lo, função que pertence ao eleitor, o responsável maior pelo tipo de representantes que temos nas duas maiores casas legislativas do país, levando-a a se submeter ao fisiologismo e a abrir as porteiras do poder para que os tipos clientelistas da base aliada se apossem das estruturas do governo, aparelhem a máquina pública com todos os vícios que têm levado o Brasil ao atraso. Perde-se assim uma grande oportunidade, um momento único na história de se mudar os costumes políticos, as relações entre o governo e a forma de se negociar os projetos da nação...


E mais uma vez olharão estupefatos para o ex-presidente Lula quando ele sair do processo de hibernação para colocar a casa em ordem afim de não permitir que o governo fique a deriva e volte aos braços daqueles que levaram o país ao retrocesso. Aí chorarão lágrimas de sangue.
Fonte: http://www.pradiscutirobrasil.blogspot.com.br/2012/03/imprensa-quer-implodir-base-aliada-de.html 

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