Coerência


Do leitor Luiz Sérgio Silveira Costa

Uma coisa se pode dizer a favor do Senado: é coerente. 
A esse escândalo do senador Demóstenes Torres agregam-se os seguintes fatos: seu Conselho de Ética está há muito tempo sem presidente, sem que Sarney tomasse providências.
É coerente, pois agilidade, indignação, punição e exoneração não fazem parte do seu ideário. Afinal, para quê Conselho de Ética se todos os senadores são éticos, acima de quaisquer suspeitas e presididos por um cidadão incomum?
O presidente interino do Conselho, senador Jayme Campos, julgou-se impedido de presidi-lo por ser do mesmo partido do senador acusado. Qual o problema, senador? Aí estão o CNJ, o CNMP e muitos outros conselhos que julgam seus pares sem impedimento.
O Senado marcou só para 10 de abril a escolha do novo presidente do Conselho de Ética. É coerente, pois a demora ajuda a tirar o escândalo da mídia. De coerências em coerência, não será surpresa se, nas próximas eleições, o povo acabar se julgando impedido de votar para senador.
Também é coerente: afinal, o senador suplente - há varios -, essa aberração antidemocrática, já não toma posse sem voto popular?

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