A independência é impossível

Lamento trazer esta notícia da Europa: a independência é impossível. Não porque alguém a impeça. Mas porque a independência não existe na verdadeira Europa, a UE. Assim como não existe o Estado-Nação. Nem a soberania Nacional. Ainda pesam. Mas são apenas um resíduo histórico, aparência em estado terminal, devaneio.
         
O sociólogo Daniel Bell estabeleceu em 1987 que o Estado era "muito pequeno para resolver os grandes problemas do mundo atual e muito grande para resolver os pequenos problemas do cotidiano dos cidadãos". Desde então, o declínio do Estado cavalga a velocidade da luz. Especialmente na Europa, impulsionada pelas pinças fechadas entre a federalização comunitária e a globalização, entre a transferência da soberania para cima e a devolução de competências para baixo.
           
O esvaziamento do Estado-nação tem sido tão drástico aqui que ele foi completamente desnaturado. Nestes anos de crise, a desapropriação das competências restantes é de dar vertigem. Especialmente na economia. Todos os instrumentos clássicos de política econômica foram transferidos ou estão sendo transferidos para a UE.
           
Os que reclamam Estado, pensam no curto prazo, mas não parece lúcido apostar em longo prazo em uma construção histórica em decadência, chegar quando todos se foram, mesmo que ignorem que estão indo. Nem é hábil acabar-se em melancolia, quando o novo rosto da União Europeia exige uma rebeldia,  essa sim, como causa de futuro: um poderoso combate pela união política que exerça o controle democrático sobre os novos poderes, europeus. Se o poder está na Europa, controlemos a Europa, não seus genéricos.

Xavier Vidal

Um comentário:

  1. SÓ TEM UMA SOLUÇÃO, EXTERMINAR COM O CAPITALISMO E IMPLANTAR A DEMOCRACIA DO PROLETARIADO.
    DESSA FORMA O POBRES ESTARAM SALVOS E LIVRES PARA SEGUIR A SAGA DO VIVER E MORRER.

    ResponderExcluir