Terminadas as eleições com a vitória do petista Fernando Haddad em São Paulo, o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou em todas as rodas. Até mesmo nos depoimentos do publicitário Marcos Valério que vieram à tona agora. O PPS correu para pedir que Lula fosse investigado. PSDB e DEM não chegaram a tanto. Dentro do PT, há quem diga que Lula deva ser candidato em 2014 para rebater toda e qualquer acusação contra ele. Os demais partidos da base defendem o ex-presidente. Afinal, o mensalão está por aí há quase oito anos e até então Lula não tinha sido investigado. O próprio Roberto Jefferson há alguns anos pedia que José Dirceu deixasse o cargo para não atingir um homem inocente.
Quer a oposição ao governo Dilma goste ou não, é fato que Lula foi o presidente mais popular dos últimos tempos. Deixou o governo com uma aprovação recorde e tem diálogo direto com o povo, o que faz dele um eleitor de peso para qualquer candidato que se apresente ao seu lado. Se o apadrinhado vai vingar ou não, é outra história. No caso de São Paulo, vingou. E talvez pelo erro do PSDB de ter insistido em lançar José Serra, candidato que perdeu um tempo danado tentando explicar que, se eleito, não deixaria o cargo.
A chance, entretanto, de Lula ser candidato em 2014 é tendente a zero, como bem comentam os amigos dele. O governador da Bahia, Jaques Wagner, um interlocutor privilegiado junto ao ex-presidente e sua sucessora, é claro em todas as conversas que tem com Lula sobre o tema. Há alguns meses, quando começaram os balões de ensaio de alguns petistas sobre uma possível candidatura de Lula, Wagner disse ao ex-presidente a seguinte frase: “Você saiu (da Presidência) com o cinturão de ouro. Vai colocar em disputa por que?”.
A essa frase é preciso acrescentar alguns outros ingredientes. Lula é de seguir a “naturalidade” na política. Não quis saber de terceiro mandato — embora tivesse no alto dos mais de 80% de aprovação popular e uma base aliada expressiva. Ficou no natural: buscar um nome novo que pudesse dar ao seu partido o ar de renovação. Assim, escolheu Dilma. Deu certo.
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