Dilma ofereceu o apoio logístico do Planalto aos manifestantes: "Já pedi ao Gilberto Carvalho que liberasse o wi-fi do palácio".
Animada com as manifestações nas ruas, Dilma Rousseff resolveu recuar, mas recuar de verdade. A presidenta decidiu resgatar seu passado de militante e juntar-se aos protestos, incendiando-os de vez. "Eu não estava me aguentando naquele cercadinho do Planalto, meus filhos", disse, em pronunciamento à nação. A seguir, convocou uma passeata nacional, "do Oiapoque ao Chuí, para arrebentar com as estruturas", e autorizou que os manifestantes usassem balas de borracha e gás pimenta contra a polícia.
Num momento de extrema franqueza, a mandatária reconheceu que não consegue se despir totalmente das vaidades pequeno-burguesas: "Eu vou aproveitar para me manifestar contra esse IPI exorbitante que incide sobre o laquê", afirmou.
Ela pediu que os manifestantes sejam criteriosos na escolha dos prédios que pretendem depredar. "Se é para vandalizar, podemos começar em São Paulo pelo Minhocão e, no Rio, pelo Elevado da Perimetral", disse, enquanto guardava um vidro de vinagre na bolsa.
A caminho do Mineirão, onde se juntaria aos protestos contra os gastos com a Copa, Dilma incluiu o PMDB entre os alvos da sua revolta. "Precisamos derrubar esse tal Renan", conclamou, enquanto incitava a população a queimar em praça pública os livros de José Sarney.
Animada com a receptividade das ruas, a presidenta disse que já vivemos o clima de um novo Brasil: "O primeiro a ir para o paredão pode ser o Eike Batista, que passou a vida mamando no BNDES e foi para a cucuia na hora em que eu mais precisava dele."
Depois do jogo, Dilma segue para o Rio de Janeiro, direto para o Leblon. Sua assessoria informou que ela despachará normalmente, acampada diante da casa do governador Sérgio Cabral.
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