O Rio de Janeiro assistiu o nascimento de um estadista, o Papa Francisco. Foi inesquecível sua atuação na Jornada Mundial da Juventude. Poucas vezes um estadista conseguiu ser tão preciso nos discursos, redesenhando um organismo milenar como a Igreja Católica através da identificação das ideias básicas a nortear o novo rumo.
Não ousou investir contra alguns dogmas, ainda que anacrônicos - como o celibato ou a condenação das relações homossexuais. Mas verbalizou a volta da tolerância ao se indagar: "Se um gay busca Deus, quem sou eu para julgar?".
Mais que isso.
No período em que o mundo conviveu com o maior processo de inclusão da história - das grandes massas miseráveis nos países do terceiro mundo - a Igreja se afastou dos pobres. Na era das quebras de tabu, da condenação a toda forma de preconceito, a Igreja se esmerou na condenação moral para fora e no acobertamento para dentro.
O Papa foi preciso ao identificar nas massas pobres e na juventude a seiva do revigoramento da Igreja. E no enclausuramento da Cúria, no Vaticano, seu maior problema.
Há muito tempo a vocação religiosa deixou de atrair os melhores quadros. A maneira de enfrentar a contemporaneidade dos movimentos evangélicos foi estimular os padres-show, atuando na mesma piscina rasa dos pastores. Ao propor a volta do espírito da catequese, em contraposição à banalização da vida moderna e ao consumismo e busca de status que caracterizam os tempos atuais.Leia mais »
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