Agora o muro de lamentações da ex-senadora Marina Silva se faz em cima da descoberta, pela Justiça Eleitoral, de indícios de fraude e irregularidades na coleta de assinaturas em São Paulo para a criação do seu partido, o Rede Sustentabilidade, com o qual ela pretende disputar a Presidência da República de novo no ano que vem.
Ante os indícios de irregularidades, o Ministério Público Eleitoral e a polícia foram acionados em quatro municípios do Estado (Ourinhos, Mogi das Cruzes, São Bernardo do Campo e São José do Rio Preto) e os juízes eleitorais determinaram "a apuração de eventual ilícito eleitoral". A ex-senadora tem criticado publicamente a demora e o critério adotado pelos cartórios para a certificação das assinaturas de apoio.
Em São Bernardo e Rio Preto, os juízes eleitorais remeteram à Polícia Federal (PF), para apuração de eventuais ilícitos, os processos de certificação de assinaturas de adesão à Rede Sustentabilidade.
Em nota enviada à Folha de S.Paulo - que publica reportagem hoje a respeito - o partido de Marina afirma que tomou "todo o cuidado" no processo de coleta de assinaturas, mas reconhece que ele "ocorreu de forma difusa e colaborativa, envolvendo mais de 10 mil pessoas que baixaram as fichas pela internet e imprimiram nas suas casas".
Não pode haver exceção nem tratamento especial à Rede
E a ex-senadora continua com suas críticas à demora e ao critério adotado pelos cartórios para a certificação das assinaturas de apoio.
Ora, todos os partidos constituídos no país nos últimos anos enfrentaram os mesmos problemas e dificuldades e os superaram! A rejeição de cerca de 1/3 das filiações ocorrida no processo de formação da Rede é a média normal na formação de qualquer legenda e a burocracia dos cartórios é um fato conhecido.
Assim, os erros e os atrasos são de exclusiva responsabilidade da Rede Sustentabilidade, e não da Justiça Eleitoral. O que quer Marina, então? Não adianta o desespero agora, e o medo de não dar tempo montar e registrar o partido até 5 de outubro, prazo limite de um ano antes da data do 1º turno da eleição presidencial de 2014 a que Marina quer concorrer.
Nem pode, portanto, haver exceção ou tratamento especial para a Rede Sustentabilidade, como parecem pleitear a senadora Marina Silva e seu grupo político.
José Dirceu
Nenhum comentário:
Postar um comentário