O ex-presidente participa amanhã (15) do 1º Congresso Internacional de Responsabilidade Empresarial Social. Antes de viajar para Bueno Aires ele deu entrevista ao Jornal 12. Abaixo algumas respostas:
Em sua última visita à Argentina, você pediu para que se formulasse uma doutrina de integração. Qual seria o foco principal?
Lula: Por mais que os conservadores tentem negar, a América do Sul progrediu muito nos últimos dez anos. Todos os nossos países vivem numa democracia. Cresceram e se desenvolveram com distribuição de renda e inclusão social. A região hoje é muito mais soberana e respeitada no mundo. O Mercosul, apesar de seus inimigos, está vivo e funcionando. Nós criamos a Unasul e o Conselho de Estados da América Latina e do Caribe, CELAC. Mas é claro que a nossa integração pode, e deve, ser mais profunda e abrangente. Precisamos de um pensamento verdadeiramente estratégico que aborde os problemas estruturais da integração. Precisamos ir além dos governos. Envolver a sociedade civil, os sindicatos, os empregadores, as faculdades, a juventude.
Você acha que hoje a relação entre a Argentina e o Brasil tem uma política adequada ou deve ser mais profunda?
Lula: Nos últimos dez anos, o nosso relacionamento viveu o melhor período da sua história. Mas com certeza pode ser ainda mais forte. Politicamente, temos um bom diálogo. Mas podemos expandir – muito – a integração física, cultural, e as cadeias de turismo. Agora precisamos de mais estudantes brasileiros em universidades argentinas e universidades argentinas e brasileiras. O potencial do que podemos fazer juntos só começou a ser explorado. É importante ser claro sobre este ponto.
O que os governos deveriam fazer com as novas demandas como a reivindicação de uma melhoria na política de saúde e transporte público? Elas surpreenderam? O Partido dos Trabalhadores foi surpreendido pelas manifestações partido em junho?
Lula: Em certo sentido, sim. O país avançou de forma dramática em anos recentes. Mas as manifestações foram um aviso importante para nós. Evitam qualquer risco de nós relaxarmos. Encorajam-nos a fazer ainda mais coisas. Milhões de pessoas tiveram acesso ao ensino superior e agora querem empregos qualificados. Agora elas querem mais qualidade. Milhões de brasileiros foram capazes de comprar seu primeiro carro e agora também viajam de avião. Em troca, é claro, devemos ter um transporte público eficiente para reduzir o tráfego e tornar a vida mais digna nas grandes cidades. Há uma nova geração, mais educada e exigente. Isso é bom. É bom, em geral, que as pessoas exijam mais. Aos políticos nos cabe ouvir as demandas e trabalhar ainda mais.
O presidente Lula nas eleições de 2014 é uma opção absolutamente descartada?
Lula: Meu candidato à reeleição em 2014 é a presidente Dilma Rousseff. E eu vou ser um militante dedicado à presidente porque eu tenho a seguinte convicção: como meu segundo mandato foi melhor que o primeiro, o segundo da Dilma também será.
O que você espera a revisão judicial do processo do Mensalão?
Lula: Como ainda não foi concluído o processo judicial, na qualidade de ex-presidente não me pronuncio sobre o julgamento.Leia mais>>>
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