O Conselho Nacional de Justiça lançou nas redes sociais uma campanha instigante. Tomando como mote o Dia Internacional de Combate à Corrupção, celebrado nesta segunda, 9 de dezembro, o órgão convidou o brasileiro a olhar, por assim dizer, para o próprio rabo.
O objetivo da campanha do CNJ é o de estimular o cidadão que se queixa da corrupção no setor público a ser mais ético também na sua vida particular. Quem compra um produto pirata, por exemplo, não está senão alimentando uma rede de criminalidade que envolve corrupção policial, sonegação de tributos e exploração de mão de obra ilegal.
No combate à ‘propinocracia’, o grito de ‘pega ladrão’ é muito útil. Mas convém olhar ao redor antes de soltar a voz. Quem molha a mão de um agente de trânsito para não ser multado comete o crime de corrupção ativa. Quem vende o próprio voto é um corrupto passivo.
O médico que faz ao cliente aquela fatídica pergunta —“com ou recibo ou sem recibo?”— está afirmando, com outras palavras, o seguinte: “Eu sonego imposto. E quem me ajuda a sonegar paga um pouco menos”. Eis a pergunta essencial: você levaria a mão no fogo por si mesmo?
Josias de Souza
Leia também: Joaquim Barbosa, o farsante
Nenhum comentário:
Postar um comentário