A cúpula da legenda trabalha para confirmar Marina Silva como candidata a vice de Eduardo Campos. Mas receia que os vetos impostos pela aliada reduzam a competitividade do cabeça da chapa.
Tenta-se no momento superar a paralisia política que resultou da mistura do pragmatismo do PSB com o purismo da Rede. Atribui-se a Marina o bloqueio das negociações para a formação dos palanques estaduais e da coligação nacional.
Nos Estados, Marina torce o nariz para as alianças que o PSB pretendia firmar com o PSDB em Estados como Paraná, Minas e São Paulo. A encrenca é maior em São Paulo, onde o partido de Campos planejava indicar o candidato a vice na chapa reeleitoral do tucano Geraldo Alckmin.
A resistência de Marina não se restringe ao tucanato. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o PSB costurava o apoio à senadora Ana Amélia, uma respeitada candidata ao governo do Estado pelo PP. Marina levou o pé atrás. E a negociação azedou.
No plano federal, Marina resiste à ideia de admitir na coligação outras legendas além do PPS, que já sinalizou o desejo de aderir. O diabo é que, para elevar o seu tempo de propaganda na tevê, Campos quer atrair o PV e, sobretudo, o PDT.
Marina se mantém aferrada ao seu bordão: “é melhor perder a eleição presidencial ganhando do que ganhar a disputa perdendo”. Para ela, ganhar perdendo é chegar ao Planalto enganchado a logomarcas da “velha política”.
O PSB tornou-se uma panela de pressão. Para administrar a válvula, Eduardo Campos diz que todos os que apostarem no seu desentendimento com Marina vão perder. Mas os correligionários do governador pernambucano chiam em privado. O repórter recolheu dois desses chiados.
Eis o primeiro: “Em 2010, a Marina fez 20 milhões de votos com um minuto de propaganda na tevê. Ela achou um espetáculo. Todos nós achamos. Mas ela perdeu. Do que adianta fazer um espetáculo fabuloso e não levar a bilheteria?”
Agora o segundo: “O PSB vive um momento crucial. Dependendo do rumo que o partido tomar, Eduardo Campos pode disputar 2014 para ganhar ou pode participar da eleição como figurante para projetar seu nome para 2018.”
Nesta terça-feira (21), o alto-comando do PSB reúne-se com Eduardo Campos em Recife. Sem Marina. Deseja-se traçar os próximos passos da campanha. Os participantes não têm a pretensão de dissolver todos os seus dilemas nessa reunião.
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