Quem mais teme a liberdade de Dirceu? O Barbosa ou o *PT?...
Não deve parecer estranho que a nota oficial do Diretório Nacional do PT, da semana passada, tenha sido tão discreta ao defender o José Dirceu, condenado à prisão perpétua pelo Presidente Joaquim Barbosa.
Aliás, o PT jamais mencionou pelo nome os companheiros condenados.
O PT defendeu os condenados do mensalão com o constrangimento de quem é obrigado a proteger o genro chantagista.
(Ou não foi o PT que demitiu e depois readmitiu o Delúbio ? Não foi o PT que tirou o Genoino da Presidência ? E trata o Dirceu como se fosse chefe de ONG ?)
E por que ?
Porque o PT fez, como a UDN, uma interpretação moral do mensalão, ou melhor, da AP 470.
O PT ficou com vergonha de seus líderes.
O Tarso Genro, o José Eduardo Cardozo, o zé do Dantas, esses, então, só não celebraram porque seria um erro político fatal.
O PT jamais enfrentou o Supremo.
E jamais enfrentou o Supremo na arena em que o Supremo julgou a liderança petista: na arena política.
Dirceu, Genoino e João Paulo foram condenados sem prova.
E Delúbio cometeu um crime eleitoral, já prescrito, o de Caixa 2.
O PT ganhou a eleição de 2002 e dois de seus principais aliados estavam quebrados: o PTB de Roberto Jefferson, e o PL de José Alencar.
O que ia fazer o Dirceu ?
Renunciar à vitória e não deixar o Lula governar ?
Ele fez o que TODOS os partidos brasileiros fazem– com exceção, é claro, do imaculado PSDB: mandou o Delúbio recorrer ao Caixa 2.
Clique aqui para ler sobre como se governa no Brasil: em “parece que o Governo Dilma quer se ferrar com a CPI”.
O PT corria o risco de levar e não governar.
O que esteve em jogo no Supremo foi se o PT tinha o direito de governar, mesmo depois de ganhar a eleição.
Quando o Ministério Público Federal, sob a batuta do inesquecível Antonio Fernando – depois advogado de Daniel Dantas – denunciou “Ali Babá e os 40 ladrões”, para regozijo do PiG (*), quis dizer assim: se o Lula botar a cabeça pra fora, a gente pega o Ali Babá !
O Supremo queria, nessa ordem: a cabeça do Dirceu, Genoino, Gushiken e João Paulo.
Depois, a do Lula e da Dilma.
Foram trucidados três presidentes do PT – Gushiken, Dirceu e Genoino e um Presidente da Câmara, o João Paulo, na linha direta de sucessão do Presidente.
(Gushiken foi absolvido à beira da morte, sem ouvir a retratação do Pizolatto – clique para ler “fala, Pizzolato, fala !”).
O objetivo do Supremo não era “restaurar a moralidade”!
Era decepar o PT.
E conseguiu.
Com a ajuda do PT.
Porque o PT – a “UDN de tamancas”, segundo o Darci Ribeiro – se deixou conduzir pela cantilena moralista.
E o que estava em jogo era o PODER !
Não era Ética, a Ética do Gilmar Dantas (**).
A nota do Diretório revela que o PT não entendeu a relevância da queda do crime de quadrilha, nos embargos infringentes.
O Joaquim Barbosa e o Ataulfo Merval de Paiva (***) entenderam perfeitamente.
É porque sem o crime de quadrilha não tem domínio de fato.
Sem a quadrilha, o Dirceu dominava o que ?
Que quadrilha ?
A de São João ?
A queda do crime de quadrilha desmancha a lógica de toda a condenação dos petistas.
E é por isso que a revisão criminal se torna inevitável.
O que pode permitir, eventualmente, que Dirceu reassuma o controle político do PT, formalmente, mais cedo do que se pensa.
O Barbosa entendeu a natureza do julgamento muito mais do que o PT.
Barbosa entendeu que o gesto desafiador do Dirceu – e do Genoino – , com os punhos cerrados, erguidos, atingia o estômago do processo.
Eu não fui condenado – e muito menos derrotado, diz o gesto.
E é por isso que Barbosa deixará Dirceu na masmorra enquanto for tolerável.
Até o ponto em que não contribuir para reforçar a imagem de mártir que já cobre Dirceu.
Pouco antes de ser preso, um dos condenados disse ao ansioso blogueiro:
“Eles acham que vão nos derrotar, nos abater ? Eles não entendem do que somos feitos. Nós somos quadros. Nós somos de Partido. Nós vamos fazer o que fazemos até a morte. Nós não temos compulsória aos 70 anos.”
Dirceu pode estar na rua, em regime aberto, por volta de novembro.
Quem mais teme esse momento não é o Barbosa, que já terá ido embora.
É o PT.
Aliás, o PT jamais mencionou pelo nome os companheiros condenados.
O PT defendeu os condenados do mensalão com o constrangimento de quem é obrigado a proteger o genro chantagista.
(Ou não foi o PT que demitiu e depois readmitiu o Delúbio ? Não foi o PT que tirou o Genoino da Presidência ? E trata o Dirceu como se fosse chefe de ONG ?)
E por que ?
Porque o PT fez, como a UDN, uma interpretação moral do mensalão, ou melhor, da AP 470.
O PT ficou com vergonha de seus líderes.
O Tarso Genro, o José Eduardo Cardozo, o zé do Dantas, esses, então, só não celebraram porque seria um erro político fatal.
O PT jamais enfrentou o Supremo.
E jamais enfrentou o Supremo na arena em que o Supremo julgou a liderança petista: na arena política.
Dirceu, Genoino e João Paulo foram condenados sem prova.
E Delúbio cometeu um crime eleitoral, já prescrito, o de Caixa 2.
O PT ganhou a eleição de 2002 e dois de seus principais aliados estavam quebrados: o PTB de Roberto Jefferson, e o PL de José Alencar.
O que ia fazer o Dirceu ?
Renunciar à vitória e não deixar o Lula governar ?
Ele fez o que TODOS os partidos brasileiros fazem– com exceção, é claro, do imaculado PSDB: mandou o Delúbio recorrer ao Caixa 2.
Clique aqui para ler sobre como se governa no Brasil: em “parece que o Governo Dilma quer se ferrar com a CPI”.
O PT corria o risco de levar e não governar.
O que esteve em jogo no Supremo foi se o PT tinha o direito de governar, mesmo depois de ganhar a eleição.
Quando o Ministério Público Federal, sob a batuta do inesquecível Antonio Fernando – depois advogado de Daniel Dantas – denunciou “Ali Babá e os 40 ladrões”, para regozijo do PiG (*), quis dizer assim: se o Lula botar a cabeça pra fora, a gente pega o Ali Babá !
O Supremo queria, nessa ordem: a cabeça do Dirceu, Genoino, Gushiken e João Paulo.
Depois, a do Lula e da Dilma.
Foram trucidados três presidentes do PT – Gushiken, Dirceu e Genoino e um Presidente da Câmara, o João Paulo, na linha direta de sucessão do Presidente.
(Gushiken foi absolvido à beira da morte, sem ouvir a retratação do Pizolatto – clique para ler “fala, Pizzolato, fala !”).
O objetivo do Supremo não era “restaurar a moralidade”!
Era decepar o PT.
E conseguiu.
Com a ajuda do PT.
Porque o PT – a “UDN de tamancas”, segundo o Darci Ribeiro – se deixou conduzir pela cantilena moralista.
E o que estava em jogo era o PODER !
Não era Ética, a Ética do Gilmar Dantas (**).
A nota do Diretório revela que o PT não entendeu a relevância da queda do crime de quadrilha, nos embargos infringentes.
O Joaquim Barbosa e o Ataulfo Merval de Paiva (***) entenderam perfeitamente.
É porque sem o crime de quadrilha não tem domínio de fato.
Sem a quadrilha, o Dirceu dominava o que ?
Que quadrilha ?
A de São João ?
A queda do crime de quadrilha desmancha a lógica de toda a condenação dos petistas.
E é por isso que a revisão criminal se torna inevitável.
O que pode permitir, eventualmente, que Dirceu reassuma o controle político do PT, formalmente, mais cedo do que se pensa.
O Barbosa entendeu a natureza do julgamento muito mais do que o PT.
Barbosa entendeu que o gesto desafiador do Dirceu – e do Genoino – , com os punhos cerrados, erguidos, atingia o estômago do processo.
Eu não fui condenado – e muito menos derrotado, diz o gesto.
E é por isso que Barbosa deixará Dirceu na masmorra enquanto for tolerável.
Até o ponto em que não contribuir para reforçar a imagem de mártir que já cobre Dirceu.
Pouco antes de ser preso, um dos condenados disse ao ansioso blogueiro:
“Eles acham que vão nos derrotar, nos abater ? Eles não entendem do que somos feitos. Nós somos quadros. Nós somos de Partido. Nós vamos fazer o que fazemos até a morte. Nós não temos compulsória aos 70 anos.”
Dirceu pode estar na rua, em regime aberto, por volta de novembro.
Quem mais teme esse momento não é o Barbosa, que já terá ido embora.
É o PT.