Caça-Fantasmas é um daqueles filmes que conquistaram um lugar nas mais tenras memórias de muita gente. Se você, como eu, era criança quando conheceu, as chances de ter um fascínio especial pelo título e personagens é imensa.
O primeirão é uma espécie de super-clássico dos filmes comerciais. Tanto ou mais do que Star Wars, vendeu tudo o que pôde, teve bonequinhos, desenho animado, clipe na MTV, easter eggs em outros títulos e, claro, uma bela dose de nonsense que só os anos 80 permitiam. Peter Venkman, Ray Stantz, Egon Spengler e Winston Zeddemore são personagens que se juntam e formam um belo conjunto.
Nos últimos meses, o título ficou retornando à minha cabeça. Não lembro bem porquê. Talvez tinha visto alguma notícia sobre o sempre falado e nunca produzido terceiro filme da franquia. De qualquer forma, parei e assisti.
Putz, sensacional perceber que o filme é repleto de piadas e ideias que eu era absolutamente incapaz de compreender na época. Ri muito e, claro, fiquei com aquele maldito bordão (“Who you gonna call?”) na cabeça.
Então, como refresquei a memória e fiquei empolgado com o filme, passo agora quatro boas razões para você fazer o mesmo.
Aquela música!
Vou estragar o texto pra você agora mesmo. Nada depois daqui vai ser tão bom quanto essa música.
Mas, se você não ouvir, é como se jamais tivesse lembrado dos Caça-Fantasmas. Dê o play aí antes de continuar:
É impossível ouvir falar de Caça-Fantasmas e não lembrar dessa trilha, interpretada por Ray Parker Jr. A canção concorreu ao Oscar, teve participação de um monte de gente famosa da época e é um retrato de como funcionavam os blockbusters naquele tempo. Porém, a principal coisa que ela ganhou foi um espaço nos nossos corações.
Bill Murray em um de seus melhores personagens
Ok, não estamos falando de grande atuações, ou de qualquer malabarismo textual. Não. A única coisa que faz o Bill Murray salvar esse filme é o fato de que Peter Venkman é um personagem absolutamente divertido, cara-de-pau até o último fio de cabelo e genial em seus argumentos furados. Se tem algo que Bill Murray sabe fazer bem é um estilo de comédia hilário e, ainda assim, sutil.
Ainda há tempo para uma curiosidade: Bill Murray foi chamado para substituir John Belushi – que morreu de overdose – por também ter uma grande habilidade em improvisação, coisa que o personagem requeria. Dizem as más línguas que Murray, na verdade, improvisou todas as suas cenas no filme e nunca leu o roteiro de verdade.
Aliás, a primeira cena na qual ele aparece é demais.
Janine Melnitz
As pessoas suspiravam pela Sigourney Weaver e sua personagem, Dana Barrett, naqueles idos anos 80. Eu, porém, confesso que, apesar de sua vozinha fanha e ar blasé, achava a Janine Melnitz, secretária da startup de eliminação de eventos sobrenaturais, interpretada pela Annie Potts, uma gracinha. Reparem bem, amigos, reparem bem.
O nonsense de Stay Puft
Stay Puft é o nome oficial da encarnação do mal, o Godzilla de marshmallow, principal vilão do filme. É ridículo, mas acho uma piada muito boa, em especial pela forma como ela é apresentada (calma, vou poupá-lo dos spoilers).
De qualquer forma, deixo aqui o bonecão como um dos bons motivos, pelo nonsense da ideia e porque eu tinha todo um carinho e empolgação infantil especialmente dedicados a ele.
* * *
Dia 8 de junho, o filme comemora 30 anos de seu lançamento. De lá pra cá, claro, os efeitos especiais envelheceram muito. Não dá pra deixar de passar até por algum constrangimento ao ver certas cenas. Mas o principal, que é uma história curiosa e personagens carismáticos, ainda estão lá. Assim como De Volta Para o Futuro, Indiana Jones ou Star Wars, esse é um daqueles filmes que vale marcar uma sessão descompromissada em casa.
Se seus amigos são do tipo que topam qualquer coisa pra dar umas risadas, vai fundo.
LUCIANO RIBEIRO
Editor do PapodeHomem, ex-designer de produtos, apaixonado por ilustração, fotografia e música. Ex-vocalista da banda Tranze (rock’n roll). Volta e meia grava músicas pelo Na Casa de Ana. Escreve, canta, compõe e twitta pelo @lucianoandolini.
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