A presidenta Dilma Rousseff lançou, ontem quarta-feira (18), no Palácio do Planalto, a segunda etapa do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) que oferecerá 12 milhões de vagas em 220 cursos técnicos e 646 cursos de qualificação a partir de 2015. No Pronatec 2, programado para o período de 2015 a 2018, há quatro estratégias principais para o programa: expansão do número de matrículas; organização nacional e valorização da trajetória de formação; formação empreendedora para micro e pequenos empresários; e expansão e modernização das redes de educação profissional.
Até o final deste ano, o Pronatec terá oito milhões de matriculados, atingindo a meta proposta no começo do programa em 2011. Houve expressivo aumento na rede federal de educação profissional e tecnológica. No total, são 526 unidades, sendo que 208 foram criadas entre 2011 e 2014.
Na cerimônia de anúncio da nova fase, Cárita Almeida, formada como técnica em edificação do Senai, prestou um depoimento emocionado de sua trajetória. Ela nasceu em Amarante (PI) e mora em Goiânia (GO) há 10 anos, onde fez o curso. Para ela, fazer parte da “família Pronatec” é motivo de orgulho e a realização de um sonho.
“Por meio dele (Pronatec) eu poderia conseguir qualificação, conhecimento e um emprego tão desejado e o melhor, sem custo algum. E então, poder ajudar em casa, retribuindo com todo orgulho os sacrifícios feitos por minha mãe, a mulher mais guerreira que já conheci, na qual me espelho. O Pronatec foi um divisor de águas da minha vida”.
A formação estimulou a mãe, Dircemilia Nepomuceno, e o irmão a retomar os estudos pelo Pronatec. Hoje, Carita é estudante de engenharia civil com apoio do Programa de Financiamento Estudantil (Fies) e, ao mesmo tempo, trabalha em uma empresa de construção civil. Uma caminho semelhante a uma das principais novidades dessa nova fase do programa: o incentivo à utilização de itinerários formativos. São metodologias de organização de currículos que permitem planejar a carreira, desde a formação inicial, passando pelo técnico até o curso superior de tecnologia. Com isso, será possível aproveitar disciplinas em novos cursos, acelerando a formação.
O ministro da Educação, José Henrique Paim, destacou a determinação da presidenta Dilma para alcançar os objetivos do Pronatec, como o grande número de matrículas e a garantia de gratuidade do programa. Segundo ele, o grande desafio é elevar a produtividade de nossa economia. Ele ressaltou o perfil social dos matriculados.
“No programa, 60% são mulheres, 67% são jovens entre 15 a 29 anos e 68% são negros. Aqui, nós estamos resgatando uma dívida que o País tem com os negros porque eles participam diretamente do Pronatec, porque esse programa garante não só o acesso, mas também a permanência desses estudantes em todo o Brasil. Esse é um programa que realmente vai na raiz da desigualdade social dando oportunidade para todos”.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, destacou o empenho da presidenta Dilma em dialogar com o setor industrial brasileiro e comemorou a criação do Pronatec e da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial).
Braga informou que o Senai alcançou, em maio de 2014, marca de 2,92 milhões de alunos em cursos do Pronatec. O número corresponde a 40% das 7,4 milhões de matrículas registradas desde 2011. Segundo ele, a CNI considera o programa o principal esforço realizado no Brasil para valorizar a educação profissional, além de se tratar de ação estratégica para tornar empresas mais competitivas e produtivas. O presidente da CNI destacou ainda o Pronatec como iniciativa bem articulada de promoção social e eficaz na superação dos desafios de formação técnica.
“O programa gera ganhos de competitividade para a indústria, a logística, a agricultura, os serviços. Trata-se, pois, de uma agenda bem articulada de promoção social e geração de riqueza. Justamente por criar esse círculo virtuoso em favor da prosperidade, será uma das marcas de seu governo”.