Prisão sucesso
Muitas pessoas buscam fugir da mediocridade e ambicionam o sucesso.
Mas… fugir de qual mediocridade? Ambicionar qual sucesso?
Quando nossa definição de mediocridade é externa, quando nossos critérios de sucesso não foram escolhidos por nós, então até mesmo ser bem-sucedida pode ser uma prisão.
Talvez as pessoas mais bem-sucedidas sejam justamente as mais medíocres.
Talvez a resposta seja transcender essa dicotomia cartesiana entre sucesso e mediocridade.
A raiva do Betão
Era uma vez, digamos, o Betão.
Betão queria fazer X da sua vida. (Substitua X pelo sonho da sua infância.)
Mas o pai, a mãe, a sociedade, a mídia, as professoras, o Zé do 502, etc, disseram que Betão iria se dar muito mal se fizesse isso. Não ganharia dinheiro, jamais teria segurança, as mulheres não olhariam pra ele, viraria um pária social, o horror, o horror.
Aí, moço de bom-senso que sempre foi, Betão sacrificou seu sonho, recalcou suas vontades e viveu exatamente a vida que aconselharam ele a viver.
Um dia, apareceu o Claudio Gustavo.
Claudio Gustavo vivia exatamente a vida que o Betão sempre quis viver e, pasmem, Claudio Gustavo não se fodeu, se sustentava, tinha uma vida sexual e amorosa, etc — nenhum daqueles medos se realizou.
Hoje em dia, quando o Betão toma chope com outros homens que também viveram as vidas que lhes mandaram viver, a repulsa geral ao Claudio Gustavo é tão autoevidente que não precisa nem mesmo ser articulada ou justificada.
Como não odiar esse grandessíssimo babaca?
by Alex Castro
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