Para onde vão Marina e a Rede?...

- Provavelmente para baixo -, por Cesar Maia - Ex-blog

1. Marina saiu da eleição presidencial de 2010 fortalecida e em ascensão. Tornou-se um destaque nacional e internacional, sinalizando que, em 2014, seria uma alternativa de poder.  Em função da "plasticidade" do PV, Marina rompeu com o partido e se declarou independente.
         
2. Agrupou em torno dela um grupo com ideias afins, sendo que muito poucos com mandato, talvez uns 3 deputados federais. Em função da afirmação de princípios e redação de documentos, atrasou a criação de seu partido ao qual denominaram Rede - rede de sustentabilidade.
         
3. Por esse atraso, no limite do prazo para criação de partidos, as assinaturas de apoio apresentadas não foram suficientes. Havia a expectativa de uma adesão significativa de parlamentares. Desnorteados, reúnem-se nessa mesma noite/madrugada e após um telefonema de Marina ao governador Eduardo Campos, decide ingressar no PSB, apontando a hipótese de vir a ser vice de Campos, coisa que acabou ocorrendo.
         
4. Logo em seguida, o Congresso aprova uma lei terminando com o direito de que novos partidos criados tenham direito ao fundo partidário e ao tempo de TV proporcional aos deputados federais que atraíssem. A lei termina assim com a portabilidade dos deputados federais que, ao trocarem de partido nas condições permitidas pela lei, levariam consigo o tempo de TV e a parte do Fundo Partidário proporcionais a eles.
         
5. Campos e Marina realizam reuniões públicas e afirmam uma parceria. Marina lembra que é provisória até criar a sua Rede. As pesquisas indicam para Campos intenções de voto quase a metade do que indicavam para Marina.
         
6. Com a morte de Eduardo Campos, Marina assume a candidatura a presidente e imediatamente as pesquisas a projetam para uma posição de liderança, derrubando Aécio Neves para um terceiro lugar afastado. Marina passa a ser alvo de seus adversários e vacila. No final do primeiro turno já estava em empate técnico com Aécio e em processo de desgaste.
          
7. Já na entrada ao PSB não houve consenso na Rede. Alguns preferiam que entrasse para o PPS e imediatamente assumisse a candidatura presidencial.
          
8. Com sua imagem afetada, segue para o segundo turno e, com o reforço da família de Eduardo Campos, adere a Aécio Neves em três momentos: declaração à imprensa; depois o encontro dos dois com Marina sem coque e de rabo de cavalo (Freud explica); e, finalmente, na TV com um bom pronunciamento de apoio a Aécio.
          
9. Outra vez a Rede racha. Boa parte, talvez a maioria, preferia a neutralidade. O apoio de Marina a Aécio não altera a disputa no segundo turno. A eleição termina quase empatada e Marina como uma outsider nesse processo.
        
10. Hoje, o quadro é totalmente diferente do momento da tentativa de criação da Rede no TSE. Marina enfraquecida, seu grupo dividido e fragilizado, nenhuma expectativa de atrair parlamentares quando a Rede for legalizada.
         
11. O mais provável é que Marina não recupere mais o brilho de antes e que seu partido, uma vez criado, se torne inviável ou mais um micropartido pela quase nenhuma adesão de parlamentares, o que mesmo ocorrendo marginalmente, não trará mais os recursos e o tempo de TV que trazia antes.

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