Zé Dirceu: 1º de Maio um marco da luta e da resistência dos trabalhadores

1º de Maio será um marco inicial para a unificação da esquerda brasileira, da construção de um bloco da esquerda que leve em conta sindicatos, movimentos sociais e até partidos políticos que tenham em comum o interesse da defesa da classe trabalhadora, da liberdade e da democracia”.

A declaração é do presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, e foi dada em entrevista ao site da entidade, o que dá o tom das manifestações programadas para esta 6ª feira (amanhã), no Dia do Trabalhador. Os atos, explica Freitas, são contra as forças da “direita conservadora” que “tentará trazer o retrocesso ao país e conseguirá, se não fizermos enfrentamento”.

O presidente da CUT pontua que somente esse bloco de esquerda “dará as condições para fazermos o combate e impedir ataques aos nossos direitos”. Freitas aponta a conjuntura singular deste 1º de Maio, quando a classe trabalhadora se vê “sob ataques sem precedentes aos direitos trabalhistas”.

Direita tenta avançar sem levar em conta direitos das minorias e dos trabalhadores

“A direita procura avançar numa visão conservadora de sociedade, preconceituosa, machista e não leva em conta o direito das minorias e nem os direitos trabalhistas”, aponta Vagner ao detalhar as frentes de luta deste ano na data do trabalhador.

Sobre o Projeto de Lei 4330, o da terceirização do trabalho de forma ampla, geral e irrestrita – inclusive da atividade fim das empresas, conforme o aprovado pelos deputados na Câmara – Freitas é categórico: “Vemos o PL 4330, que significa rasgar a CLT, acabar com as férias, com a carteira de trabalho e transformar o trabalhador em alguém precarizado, que ganha menos trabalhando mais”.

Daí a importância deste 1º de Maio no enfrentamento “nas ruas contra esse projeto que unifica toda a esquerda e o movimento sindical numa batalha para não acabar com carteira assinada”. Freitas também destaca nesta entrevista a pressão dos trabalhadores contra as Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, do Executivo.

MPs contra trabalhadores são atabalhoadas e inoportunas




“Também nos colocamos contra as MPs 664 e 665, porque elas retiram direitos de pensionistas, de companheiros que trabalharam e precisam do seguro-desemprego. Uma medida inoportuna, atabalhoada e que deveria ser discutida antes em um Fórum Nacional da Previdência Social”, analisa.

Segundo o presidente da CUT, o 1° de Maio deste ano “será uma oportunidade para conversar com mais pessoas sobre o papel que assume esse Congresso conservador, financiado pelos empresários e que além de retirar os direitos trabalhistas, quer emperrar o processo de construção de uma sociedade plural que estamos construindo.”

O líder sindical lembra, ainda, outras conquistas que vem sendo retiradas pelo Congresso conservador, como mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) com a redução da maioridade penal e medidas de ataques homofóbicos.