A ditadura do judiciário é mais lesiva ao Brasil que a militar

ESTADOPOLICIAL2
O primeiro dever de um governante eleito democraticamente neste país será romper a infecta promiscuidade que se formou, sob os auspícios da mídia e da direita – entre os organismos policiais, o Ministério Público e o Judiciário.
Ninguém está, é óbvio, sugerindo sua dissolução ou seu amordaçamento.
Mas são organismos diferentes, que passaram a se portar como um só e a pretender prevalecer sobre toda a vida nacional.
Porque diferentes, deveriam funcionar como um sistema de freios e contrapesos. Não como um corpo único e, por isso, deformado como o que temos agora.
Um simples delegado de polícia tem o poder de reunir mais de mil policiais (mil!) sobre todo um setor da economia, com as mais graves repercussões, para brilhar numa entrevista cheia de imprecisões e, em alguns casos, bobagens?
Um promotor, doublê de pregador religioso, tem o direito de mandar alugar um hotel para exibir um powerpoint, em rede de televisão, acusando um ex-presidente de liderar uma “propinocracia” por conta de um pombal no Guarujá?
Um juiz de 1ª instância pode gravar o telefone presidencial e distribuir à mídia o conteúdo de uma gravação ilegal e mandar a mulher gravar vídeos agradecendo o “apoio da população” e dizendo que, sem ele, os processos que conduz não poderiam ter se desenvolvido como se desenvolveram?
Todos eles têm superiores e se o fizeram é porque seus chefes se acovardaram ou, ainda pior, viram nisso uma maneira de se armarem para seus apetites de  poder.
E um poder tirânico, porque sujeita aquele que o critica a amanhecer com a polícia na porta e ser metido num camburão para saber com quem eu converso.
E tudo se legitima porque eu sou “do PT” (embora não seja, como não é o Eduardo Guimarães, nem nunca tendo sido).
O Brasil está sendo liquidado por esta histeria, alimentada pelo oportunismo tucano e peemedebista, que agora se vê tragado por ele. E por uma mídia que não é apenas deformada pelo interesse empresarial, mas pela pretensão de ordenar o que se faz neste país, em nome do “mercado”.
O Valor registra hoje um pequeno pedaço do dano que isso causou a mais de um milhão de pessoas, com o corte de 300 mil empregos só nas empreiteiras arruinadas pela Lava Jato, embora seus donos, quase todos, estejam lépidos e faceiros, vivendo em suas mansões, alguns com o incômodo temporário de tornozeleiras eletrônicas.
Some a isso os empregos perdidos nas suas cadeias de fornecedores e você terá um retrato ainda pálido do mal que se fez.
A ditadura jurídica, embora um tanto quanto (e não muito) mais sofisticada, é mais lesiva a este país do que foi a militar.
Porque, junto com as liberdades e a política, está destruindo este país e dando cobertura para que se destrua os direitos sociais em escala que aquele regime jamais fez.\o/

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