Parece que para assumir a presidência da República Fuderativa do Brasil dois requisitos básicos são exigidos: ser desonesto, sendo investigado por corrupção, e ter inexpressividade eleitoral, ter sido eleito na aba dos Tiriricas da vida.
Primeiro foi o Anão do Jardim do Inferno que, em Sampa, império do Tietê, Dória e Tiririca, não conseguiu votos sequer para ser vereador, mas, por conta desse sistema eleitoral, onde você pede feijoada e o garçom traz azeitonas, o sócio de Eduardo Cunha terminou na presidência, com as suas mesóclises e reuniões clandestinas, mafiosamente.
Mas nada é tão ruim que não possa piorar.
Inquirido sobre as sua pretensões de chegar à presidência, dando uma rasteira em seu parceiro, o Anão Interventor de Plantão, Rodriguinho Mala respondeu que age com honestidade e fidelidade, valores que aprendeu com a família.
Vejamos: Rodrigo segue a trajetória do pai, César Maia, um malfadado ex prefeito do Rio de Janeiro, hoje reduzido a inexpressivo vereador.
César Maia é um profissional da traição, a começar pelas próprias convicções: exilado pela ditadura militar, por ser de esquerda, hoje é um extremado neoliberal, defensor do mercado.
Depois, trabalhando na Klabin, anonimamente, Maia pai foi sacado por Brizola, que o trouxe de volta para a vida pública, culminando prefeito, quando traiu Brizola e caiu no Dem.
Foi em família que Rodriguinho Bacon aprendeu a honestidade e a fidelidade, conforme ele mesmo afirmou.
Rodriguinho Botafogo nasceu no Chile, quando o pai estava no exílio, e a mãe é chilena.
Botafogo Presuntinho não concluiu a faculdade de Economia, o que quer dizer que sendo procedentes as denúncias de corrupção passiva na Odebrecht e os telefonemas dele, gravados com ordens judiciais, com os poderosos a OAS, com ele pedindo me dá um dinheirinho aí, por não ter curso superior completo não ficará em cela especial, com Cunha e Cabral, mas em cela comum, com Marcola e Beira Mar, o que não fará muita diferença, fora as mordomias de preso especial..
O Chileno Botafogo era um anônimo bancário, cumprindo expediente no Itaú, mas as mãos de papai, a exemplo de Bolsonaro e Renan, introduziram o rebento na política, atividade muito mais lucrativa, e o menino foi alçado a secretário de Estado, no governo do prefeito Paulo Conde, trampolim para tornar-se deputado federal, de onde nunca mais arredou pé.
Presunto Maia foi o vice presidente da CPI do Banestado, quando no governo FHC os ratos golpistas desviaram ilegalmente, para o exterior, mais de vinte bilhões de dólares, CPI que terminou em pizza, para coroar os esforços de Sérgio Moro, que alivou Youssef, Álvaro Dias, FHC, Serra e mais toda a tucanada do inferno (depois FHC privatizou o Banestado, a preço de banana, como queima de arquivo).
Logo depois, Presuntesco Malinha apresentou Projeto de Lei, PL, anistiando todos os ladrões pátrios, alegando que o desviado voltaria para o Brasil, lavadinho-lavadinho.
Malinha, o filho do Mala, aliou-se a Clarisse Garotinho, a filha do Anthony, outra criação de Brizola, que o tirou do anonimato campista e transformou em governador. Depois Garotinho traiu Brizola.
Mais traído que Brizola só marido de prostituta.
Do acasalamento de César Maia com Anthony Garotinho nasceu Sérgio Cabral, aliciado do PSDB, de onde, de fato, nunca saiu e tornou-e um dos governadores mais corruptos da História do Brasil.
Malinha e Garotinha perderam a eleição para Eduardo Paes, que hoje reside em Nova Iorque, pagando vinte e um mil reais de mensalidade escolar de cada uma das filhas.
Mais uma vez repetindo o paipai, em declínio político (nas penúltimas eleições teve 117 000 votos e, nas últimas, 86 000 votos), caminhando para o anonimato, eis que a faixa presidencial lhe surge vinicianamente de repente, não mais que de repente, como uma vagaranha na madrugada.
Deposta Dilma, com Eduardo Cunha anexado a contas suíças, era preciso encontrar alguém sem escrúpulos o bastante para assumir a presidência da Câmara, oficialmente, acumulando com a função de líder do governo golpista, ilegalmente, manobrando com o regimento interno, como Cunha, e com antecedentes na folha corrida, e surgiu o nome do nosso futuro presidente, homem da Globo e do stablishment : Rodrigo Maia.
E como no poema de Drummond, Maia que traiu Brizola, pai do Mainha que traiu Temer que traiu Dilma que não traiu ninguém, antecipo-me à grita que virá: Fora, Maia do caraio!
by Francisco Costa