A hora dos covardes, por Fernando Brito
O sr. Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, aceitou denúncia do Ministério Público e tornou os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff réus por “por suposta organização criminosa envolvendo integrantes da cúpula do Partido dos Trabalhadores”.
Os fundamentos, claro, são apenas as “delações premiadas” de políticos e empresários que negociaram suas próprias impunidades.
Provas, ao que se saiba, nenhuma.
Mas a honra alheia não tem valor e, no clima que vivemos desde o golpe, é fácil ser “valente” sobre os derrotados e assim vai o valente Vallisney, em busca do Olimpo que não atinge em seu site de “poesias”, beneficiando-se do fato de que o assassínio da língua portuguesanão lhe pode ser imputável.
E mais ainda agora que o perseguidor-mor está instalado na antessala do governo e em posição de “empurrar” nomes para os Tribunais Regionais Federais, para o STJ e…bem, não para o STF, que a vaga a vir no Supremo é do “capo”, se o “capo” sentir que não é segura a chance de ganhar cadeira maior.
Virão, como essa, outras vilanias. Que, afinal, só serão mesmo reparadas pelo tribunal de História, quando se escrever a crônica destes tempos abjetos.
É a hora dos covardes, dos que vão tripudiar, sem qualquer pudor de decência ou laivo de isenção judicial, sobre aqueles que não adianta se defenderem, como não adianta a quem enfrenta o julgamento do lobo.
Covardia, aliás, muito útil, porque com ela se encontram os “culpados” para os fiascos do presente, a nulidade dos projetos e a inexistência de esperanças.
Tão largo é o circo como curto seja o pão.
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