Eu estava apressada. Passei correndo pela sala de visita, concentrada em me preparar para um jantar de negócios. Glian, minha filha de três anos, estava dançando ao som da sua música favorita, Cool, do filme Amor sublime amor.
Eu estava com pressa, à beira de chegar atrasada. No entanto escutei a voz espontânea que de dentro de mim disse:
Pare.
Parei! Olhei para ela. Aproximei-me, peguei na sua mão e a rodopiei. Minha filha de seis anos, Katlin, entrou no nosso clima e também a peguei. Nós três dançamos alucinadamente dançamos até chegar a sala de jantar. Ríamos. Rodopiávamos. Será que os vizinhos estavam vendo a nossa loucura? E se tivessem? Não tinha a menor importância.
A música chegou ao fim com um floreio divertido e nossa dança terminou com ela. Dei um tapinha no traseiro de cada uma e mandei que fossem tomar banho.
Elas foram, seus risinhos ecoando pelas paredes. Voltei aos meus afazeres. Enfiava papéis pela goela da bolsa quando ouvi a mais nova, Glian, dizer:
- Katlin, você também acha que mamãe é a mais melhor de todas as mães?
Gelei. Congelei. Pela pressa desta vida corrida quase que perdi aquele momento ímpar. Automaticamente meus pensamentos foi para os prêmios e diplomas que cobrem as paredes do meu escritório. Nenhum prêmio, nenhum diploma, nenhuma realização que eu já alcançara poderiam se comparar aquele "- Katlin, você também acha que mamãe é a mais melhor de todas as mães?"
Minha filha disse isso quando tinha três anos.
Não espero que diga isso quando tiver treze anos. Mas, aos trinta anos, quarenta ou cinquenta anos, quando ela se inclinar por cima de um caixote de madeira para dar adeus ao recipiente descartado da minha alma, quero que diga:
"Mamãe foi a melhor de todas as Mães".
A frase acima não combina com meu currículo. Mas, faço questão que seja escrita na minha lápide.
Gina Barrett Schlesinger
do livro Histórias para aquecer o coração - 1ª das cinquenta histórias de vida, amor e sabedoria - de Jack Canfield e Marck Victor Hansen [Editora Sextante]
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